Quer montar a própria carteira de previdência? Veja dicas de especialista

"Todo planejamento financeiro começa com uma pergunta: Quando desejo me aposentar?", destaca o planejador financeiro Jansen Costa

Equipe InfoMoney

Publicidade

  Texto de Jansen Costa, planejador financeiro pessoal com certificação CFP®(Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.

Montar sua própria carteira de investimentos, com o objetivo de acumular patrimônio para previdência, vem se tornando,a cada dia, mais comum aos brasileiros, em função do maior acesso à informação e do maior interesse em educação financeira. A vantagem da carteira própria é a redução dos custos, porém exige dedicação e um conhecimento mínimo sobre os investimentos.

Os planos de previdência são uma alternativa, porém cobram diversas taxas (administração, carregamento, saída) para que você conte com uma gestão profissional. As principais vantagens são o diferimento tributário (pagamento do tributo apenas no resgate) e facilidades na sucessão patrimonial – em caso de falecimento, os recursos vão direto para os beneficiários escolhidos.

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

No entanto, para que seja possível almejar maiores ganhos via carteira própria, é preciso um bom controle e planejamento financeiro que inclui estudar os investimentos mais adequados.

Como devemos começar?

Todo planejamento financeiro começa com uma pergunta: Quando desejo me aposentar? Com essa definição, tem-se o prazo de investimento. Além deste prazo, o perfil de risco do investidor é outro fator importante para a composição do planejamento. Quanto maior o prazo e tolerância ao risco, menor deverá ser a parcela mensal de contribuição e maior risco pode ser assumido. Em contra partida, quanto mais conservador e menor o tempo de investimento, menos riscos deve-se correr.

Continua depois da publicidade

A tolerância ao risco define os percentuais de alocação em renda variável em relação a renda fixa. Uma boa sugestão de alocação é atribuir o percentual para renda variável com a diferença entre a idade de aposentadoria e a atual. Por exemplo, caso você tenha 30 anos e deseja se aposentar com 65, a alocação máxima em renda variável é de 35%, ficando os 65% restantes para renda fixa. Com o passar dos anos, sua exposição a renda variável se torna cada vez menor, diminuindo o risco da carteira.

 Invista sempre

Um dos segredos para o sucesso de uma carteira própria de previdência é a regularidade nos aportes. Aportes regulares, por um tempo maior, garantirão um acúmulo de patrimônio superior ao que posterga seu início.

Pode-se comparar a formação do patrimônio com as prestações da compra de imóvel: deixar de pagar uma parcela significa que estamos mais longe do nosso objetivo. Assim, o equilíbrio da situação financeira se faz extremamente importante para que não falte capital para “compra da aposentadoria”.

No caso de haver dívidas, pense em liquidá-las antes: financiamentos geralmente têm custos superiores as taxas das aplicações financeiras. Controle seus gastos regularmente e evite desperdícios. Com isso, você evitará que o valor destinado à aposentadoria seja utilizado para outros fins.

Seja generoso com seu plano de aposentadoria! Em caso de receitas não esporádicas, como os bônus ou trabalhos avulsos, use-os para aumentar o valor das suas reservas. Outra dica é corrigir o valor dos aportes mensais pela inflação – com o passar dos anos, sugiro uma correção anual pelo IPCA (Índice Nacional de Preços).

Renda Fixa: NTN-Bs e Debentures incentivadas

Duas opções de investimento são as mais indicadas para a parcela de renda fixa: as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) e as Debêntures incentivadas.

As NTN-B’s rendem uma parcela fixa somada a variação da inflação segundo o índice IPCA. O objetivo dessa aplicação é garantir a rentabilidade do patrimônio anual (parcela fixa) somada ao aumento de preços medidos pelo índice.

Dentro das NTN-B’s, há dois tipos: as que pagam e as que não pagam rendimentos semestrais. Para as que não pagam, chamamos de NTN-B Principal. Sem o pagamento semestral, a NTN-B Principal se torna um produto de mais fácil aplicação, já que não há a necessidade de reinvestir o valor dos juros, que é feito automaticamente.

Já as Debêntures incentivadas são títulos da dívida de empresas privadas. Estas funcionam de maneira semelhante as NTN-B’s, porém apresentam duas grandes vantagens: retornos superiores as Notas e a isenção de Imposto de Renda, que no longo prazo, garante retornos superiores de 15% em comparação a uma NTN-B.

Investindo em um dos dois produtos, você irá garantir um retorno real para seus investimentos. Do que adianta um investimento que renda 10% se a inflação for de 10% no mesmo período?

Renda Variável: Quais ações escolher?

A parcela de renda variável da aposentadoria é a mais arriscada, porém é a que permite os maiores retornos para a carteira. Com a intenção de obter bons retornos no longo prazo, precisa-se escolher ações com bom potencial de crescimento e que distribuam bons dividendos.

Os dividendos são parcelas dos lucros das empresas e seus rendimentos são isentos de Imposto de Renda. Assim, aproveitar esse ganho fiscal é bastante vantajoso quando pensamos em aposentadoria.

A seleção dessas ações requer um trabalho de pesquisa. Os setores de Análise dos Bancos e Corretoras, através dos seus relatórios, são uma ótima fonte de leitura e serão extremamente úteis na ajuda para a tomada de decisão.

Evite a troca das ações em seu portfólio com grande frequência. Em caso de necessidade de substituição de ações da carteira, evite vendas superiores a R$20.000,00 dentro de um mesmo mês corrente. Ultrapassando esse valor, você perderá a isenção do pagamento de Imposto de Renda para ganho de capital.

Fundos de Índices (ETF’s) e Fundos de Investimento em Ações

Como vimos acima, a parcela de renda variável requer um trabalho de seleção diferente da parcela de renda fixa. Quem não quer se arriscar a escolher os próprios ativos pode recorrer aos fundos de investimento, nos quais fica para os gestores a escolha dos investimentos. Assim, você pode usar dois tipos de fundos para facilitar:xxx

ETF’s (Exchange TradedFund): são fundos espelhos em Índices, que são a representação de uma carteira de ações, e suas cotas são negociadas em Bolsa. Estes são representadas por um símbolo como uma ação, porém ao invés de estar comprando apenas uma empresa, você estará comprando uma carteira, promovendo uma melhor diversificação.

Os Fundos de Investimentos em Ações têm sua gestão ativa. Eles buscam, através da seleção das ações, obter retornos aos Índices, sendo o mais utilizado como benchmark, o IBOVESPA. Prefira fundos de Gestores Independentes, que costumam ter melhores taxas e retornos quando comparados aosFundos de Bancos Comercias.

Assim, em caso de dúvida, procure um planejador financeiro e juntos tracem um planejamento para definição do valor a ser acumuladona sua aposentadoria e definir as estratégias para atingir seu objetivo.

O texto reflete as opiniões do autor. O Infomoney não se responsabiliza pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Gostou das explicações? Tem mais dúvidas sobre investimentos e planejamento financeiro? Mande um e-mail para o Jansen: jansen.costa@globo.com