Quer investir no Tesouro Direto? Preste atenção a esses fatores

Confira o artigo do assessor de investimentos Rafael Pacheco, de 38 anos, na coluna "Conteúdo do Leitor", do InfoMoney

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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Autor: Rafael Pacheco, CFP®, 38 anos, AAI Credenciado à XP

O Tesouro Direto é uma excelente opção para investidores conservadores, mas alguns cuidados devem ser tomados ao se aplicar em seus títulos.

Cuidado com Vencimentos Longos
O Tesouro Direto disponibiliza títulos de prazo extremamente longos, como as NTN-Bs 2050, por exemplo. Estes vencimentos são interessantes num cenário de poupança de longo prazo, como para formação de aposentadoria. Eles permitem garantir, pelas próximas décadas, a remuneração pela taxa de juros atual, que ainda é considerada muito alta para padrões civilizados.

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No entanto, é necessária muita atenção à questão do ágio e deságio. Todos os títulos prefixados e IPCA+ do Tesouro estão sujeitos a ágio e deságio. Isto significa que, caso venha a vender os títulos antes do seu vencimento, você pode ter um “lucro” (ágio) ou “prejuízo” (deságio) em relação ao investimento inicial. O ágio/deságio depende das condições de mercado e é proporcional ao vencimento do título, ou seja, quando mais longo for o título, mais agressivo o ágio/deságio.

Portanto, só compre títulos longos para formação de poupança de longo prazo, ou se souber exatamente o que estiver fazendo. O potencial de ágio/deságio é alto e pode superar os 50%.

Cupom Semestral
Há dois títulos no Tesouro Direto que pagam cupom semestral: NTN-F e NTN-B. Nesses títulos, os rendimentos são pagos semestralmente, ao contrário do que ocorre, respectivamente, na LTN e na NTN-B PRINC, onde os rendimentos são incorporados à aplicação. No caso específico da NTN-B, por se tratar de um título IPCA+, apenas a taxa real é paga semestralmente. A correção do IPCA é incorporada à aplicação.

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Qual o melhor? Com ou sem Cupom?
O pagamento de cupom semestral tem a vantagem de prover liquidez semestral ao investidor, mas tem a desvantagem tributária de incidência dos impostos (com alíquotas altas no primeiro ano).

Se o investidor, ao comprar o título, estiver no início da formação de poupança de longo prazo (aposentadoria), geralmente os títulos sem cupons são melhores. Isso porque a necessidade de liquidez do investidor nessa fase geralmente é baixa. Por ouro lado, se o investidor estiver numa fase mais avançada da formação de poupança, ou se por qualquer motivo esteja mais sujeito à necessidade de liquidez, os títulos com cupom são mais indicados.

Mercado Primário x Secundário
O Tesouro Direto foi concebido para ser uma plataforma self-service, ou seja, onde o investidor escolhe e compra os títulos por conta própria. E pelo fato da negociação ser feita diretamente com o Tesouro Nacional, dizemos que ela ocorre no mercado primário.

No entanto, caso você não seja um expert no assunto, recomenda-se fortemente que procure a ajuda de um assessor de investimentos para escolher e negociar os títulos. Esse tipo de negociação não é feita diretamente com o Tesouro Nacional, e desse modo, dizemos que se dá no mercado secundário.

No mercado secundário, o seu assessor aplicará um spread na taxa do título, ou seja, a rentabilidade será levemente inferior àquela observada diretamente no Tesouro Direto. No entanto, no mercado secundário não há a cobrança da taxa de 0,30% a.a. da CBLC. Bons assessores limitam o spread da taxa a estes 0,30% a.a., de modo que a rentabilidade final para o investidor seja a mesma do Tesouro Direto, caso permaneça no título até o seu vencimento.

Caso o título seja negociado com spread no mercado secundário e seja vendido antes do vencimento, a rentabilidade final não será a mesma do Tesouro Direto. No entanto, nesse tipo de situação, espera-se que o assessor tenha tido um papel fundamental na escolha do título, do momento de entrada e de saída, e que o resultado para o investidor justifique essa diferença de rentabilidade.

Dúvidas? Deixe seus comentários abaixo.

Um abraço e até a próxima!

Rafael Pacheco, CFP®

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