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Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiram elevar a Selic em 1 ponto percentual, para 13,25%, na quarta-feira (29), assim como esperado pela maior parte do mercado.
Com esse novo patamar, apenas 4 ações têm dividend yield (taxa de retorno com dividendos) acima do CDI, importante indexador que vale entre 0,1 e 0,2 ponto percentual abaixo da taxa básica de juros – portanto, 13,15%.
O levantamento, feito com dados da plataforma Economatica, considerou apenas os papéis presentes no Ibovespa, principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3.
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O destaque é a Marfrig, que ganhou recomendação de compra de analistas do Goldman Sachs por causa de uma “história convincente de desalavancagem”, com DY realizado de 29,43% nos últimos 12 meses. Em seguida vêm as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras.
Confira abaixo as 4 ações que pagam dividendos acima do CDI com a Selic em 13,25%:
Quanto R$ 50 mil rendem em dividendos?
Um investimento de R$ 50 mil nas ações renderia entre R$ 7.446,94 e R$ 14.713,04 em um ano somente com os dividendos. O cálculo leva em consideração o dividend yield realizado. Veja abaixo:
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Efeito dos juros nos dividendos
Laís Martins, sócia da Fundamenta Investimentos, disse que o aumento da expectativa da taxa de juros tende a ter efeito negativo nas ações porque torna os investimentos em renda fixa – como os títulos atrelados ao CDI – mais atrativos, especialmente para investidores que buscam menor exposição ao risco.
“Isso tem levado a uma desvalorização no mercado de ações, principalmente em setores mais sensíveis ao patamar da taxa de juros, como construção civil e consumo. Como os clientes das companhias desses setores normalmente precisam acessar financiamento imobiliário e crédito pessoal, tendem a comprar menos em cenários de juros altos. Com isso, essas companhias seguram mais o pagamento de dividendos para preservar caixa nesse momento mais difícil do ciclo”, afirmou.
Além disso, segundo a especialista, companhias mais endividadas também são fortemente impactadas com os juros altos por causa do aumento dos custos de financiamento, o que reduz sua capacidade de distribuir dividendos.
Por outro lado, disse, companhias de setores mais estáveis e com pouco endividamento, como energia elétrica e utilidades públicas, geralmente conseguem sustentar os proventos em cenários de juros altos, pois têm operações mais resilientes e fluxo de caixa previsível. O mesmo vale para exportadoras, segundo a especialista, que são dolarizadas e têm dívida em moedas estrangeiras, pois não são expostas à taxa de juros local e são beneficiadas com o alto patamar de câmbio.
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