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O Banco do Brasil (BBAS3) é uma das instituições mais tradicionais e relevantes do sistema financeiro nacional. Controlado pelo governo federal, tem atuação ampla em varejo, crédito corporativo, agronegócio e serviços financeiros, além de desempenhar papel estratégico no financiamento da produção agrícola, do comércio exterior e de projetos de infraestrutura.
Para o investidor, o papel historicamente se destaca pela geração de caixa e pela distribuição recorrente de dividendos e juros sobre capital próprio, o que confere um perfil associado à renda no longo prazo.
Apesar dessas características, o desempenho das ações nem sempre acompanha a previsibilidade dos proventos. Ao longo dos últimos trimestres, o papel enfrentou pressão em meio às renegociações de dívidas do setor agropecuário e ao aumento da percepção de risco envolvendo empresas estatais.
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Para Luiz Barsi Neto, proprietário da Barsi Investimentos, o mercado teme que o Banco do Brasil possa ser chamado a destinar recursos para socorrer companhias controladas pelo Estado, o que ajuda a explicar a queda das cotações.
Ainda assim, segundo ele, os preços próximos de R$ 22 tornam o papel atrativo quando comparado ao valor patrimonial, especialmente para quem busca renda no longo prazo.
Desempenho do BBAS3 nos últimos 12 meses
Foi nesse contexto que se deu o desempenho de BBAS3 ao longo do último ano. Como comparação, em 12 de dezembro de 2024, as ações do Banco do Brasil eram negociadas a R$ 24,81. Um ano depois, em 12 de dezembro de 2025, o papel fechou cotado a R$ 21,57, acumulando uma desvalorização de 13,1% no período. Nesta segunda-feira (22), por volta das 12h40, os papéis operam a R$ 21,43.
Assim, um investidor que tivesse aplicado R$ 10 mil em BBAS3 na data inicial teria comprado cerca de 403 ações. Considerando a cotação de dezembro de 2025, esse volume teria valor de mercado aproximado de R$ 8.696,00. Ao longo do período, o banco distribuiu cerca de R$ 1,18 por ação em dividendos e juros sobre capital próprio, o que resultaria em aproximadamente R$ 476 em proventos. Com isso, o valor total do investimento chegaria a R$ 9.172,00, representando uma perda de cerca de R$ 828,00, ou 8,3%, em um ano.
Em aportes maiores, o resultado percentual se manteve. Um investimento de R$ 20 mil teria se transformado em aproximadamente R$ 18.343,00 após a incorporação dos dividendos, enquanto uma aplicação de R$ 30 mil resultaria em cerca de R$ 27.515,00 ao fim do período. Em ambos os casos, o investidor teria registrado prejuízo, refletindo a queda do preço das ações, parcialmente compensada pelos proventos recebidos.
Proventos serviram como amortecedor
Os números mostram que, embora a política de dividendos do Banco do Brasil tenha ajudado a amortecer as perdas, ela não foi suficiente para neutralizar a desvalorização do papel no intervalo analisado.
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O desempenho recente de BBAS3 reforça que, mesmo em ações associadas à geração de renda, o investidor precisa considerar o ambiente macroeconômico, os riscos ligados ao controle estatal e as perspectivas do setor financeiro.
Ainda assim, para estratégias de longo prazo focadas em renda, o banco segue sendo visto por parte do mercado como uma alternativa relevante dentro do setor bancário.

