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O RBRR11, (RBR Rendimento High Grade) finalizou os últimos 12 meses entregando retorno total acima de 14% para o investidor que reinvestiu os dividendos, desempenho ocorrido pelo cenário de juros elevados e pela carteira concentrada em operações de crédito high grade.
Simulação realizada pelo InfoMoney com a Economatica mostra que com um aporte de R$ 499.968, equivalente à compra de 5.952 cotas a R$ 84 cada no fim de 2024, o investidor teria acumulado R$ 570.957 com reaplicação dos proventos. O valor dos dividendos recebidos no período somou R$ 67.148.

Sem reinvestimento, o retorno total fica ligeiramente menor — 13,27% — com R$ 63.210 recebidos em dividendos e patrimônio final de R$ 566.333.
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A partir do dividendo atual de R$ 0,70 por cota (pago em novembro), a renda mensal estimada fica entre R$ 4.165 e R$ 4.690, a depender da estratégia de reinvestimento.
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O que é o RBRR11 e como funciona a estratégia high grade?
O RBRR11 é o fundo imobiliário de crédito high grade da RBR Asset Management. O foco são CRIs com menor risco, lastreados em contratos robustos, garantias reais e devedores de melhor qualidade.
O perfil que ganha relevância em ciclos de juros altos, quando o custo da dívida pressiona empresas e eleva o risco de inadimplência em operações mais agressivas.
A carteira do fundo reúne atualmente 50 operações, todas em dia com suas obrigações financeiras. O portfólio possui LTV médio — índice que mede a relação entre o valor da dívida e o valor do imóvel dado em garantia — próximo de 49% e 36% das garantias em regiões prime, especialmente em São Paulo, um fator que, segundo a gestora, reforça a resiliência do fundo em momentos de estresse.

Em setembro, o FII distribuiu R$ 0,80 por cota, o equivalente a um dividend yield anualizado de 11,54%, considerando o preço de mercado da época. O retorno ajustado — que inclui o repasse inflacionário acumulado no CRI — chegou a IPCA + 8,73% ao ano.
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Juros elevados redefinem o mercado de crédito imobiliário
O ambiente atual de Selic elevada continua sendo um divisor de águas para a originação de crédito no setor imobiliário. Em entrevista recente para o InfoMoney, Guilherme Manuppella, sócio de crédito da RBR, avalia que essse cenário aumenta a necessidade de maior seletividade.
O crédito high yield, que ganhou força no período de liquidez abundante entre 2020 e 2022, perdeu tração. “Naquela época o Brasil ‘virou Suíça’. O crédito barato se espalhou demais, mas depois vieram os casos de estresse e inadimplência”, explica Manuppella.
“Com o custo da dívida alto, a margem das empresas diminui e os resultados dos projetos são comprimidos. Isso reduz o ritmo de lançamentos e limita o crédito para o comprador final”, acrescenta.
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Como o mercado vê o fundo: análise do Itaú BBA
O Itaú BBA avalia que o RBRR11 apresenta pontos positivos para quem busca exposição a crédito imobiliário de menor risco.
Entre eles estão a compatibilidade entre os ratings das operações e a estratégia do fundo, o fato de mais de 80% da carteira ter sido originalmente ancorada pela própria gestora, além das garantias robustas, muitas delas em regiões de alto valor, que fortalecem a segurança das operações.
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O relatório também destaca a experiência da equipe de originação da RBR e o perfil de devedores considerados de baixo risco.
Por outro lado, o banco aponta alguns fatores que merecem acompanhamento. O principal é a concentração: os cinco maiores CRIs representam cerca próximo de 39% do patrimônio líquido, o que, embora comum em fundos high grade, exige atenção contínua da gestão.
Além disso, parte dos FIIs presentes na carteira tem baixa liquidez, o que pode tornar mais desafiadora uma eventual desmontagem dessas posições.