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Os juros básicos da economia caíram de 12,75% para 12,25% ao ano. Em uma decisão esperada pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual nesta quarta-feira (1).
Foi o terceiro corte realizado pelo BC desde agosto, quando a Selic caiu de 13,75% – patamar em que permaneceu durante um ano – para 13,25%. Os agentes do mercado estimam que a taxa encerrará 2023 aos 11,75% ao ano, segundo o mais recente boletim Focus.
A decisão dos diretores do Banco Central, que foi unânime, tem potencial para aliviar a vida de quem precisa tomar crédito. Por outro lado, deixa em alerta quem costuma investir em renda fixa. O rendimento, afinal, agora está diminuindo.
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Quanto passarão a render as aplicações mais populares com a taxa básica em 12,25% ao ano? Confira a resposta no gráfico abaixo, com cálculos de Camilla Dolle, head de renda fixa da XP:
Poupança na lanterna
Na poupança, a sistemática de remuneração se mantêm a mesma dos últimos meses. Isso porque, desde 2012, sempre que a taxa básica de juros supera 8,5% ao ano, a rentabilidade da caderneta é fixada em 0,5% ao mês – ou 6,17% ao ano – mais a variação da TR (Taxa Referencial).
Desde que a Selic avançou além desse nível pela última vez, em dezembro de 2021, é assim que seu retorno é calculado – e assim permanecerá enquanto a taxa básica não cair abaixo de 8,50%. Nessa situação, o retorno da caderneta voltará a ser de 70% da Selic mais TR.
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Mesmo assim, no entanto, a poupança passará a ter um retorno um pouco menor agora que a Selic foi para 12,25% ao ano – já que a taxa básica de juros influencia no cálculo da TR. Com a Selic mais baixa, a TR diminui também.
Assim, um investimento inicial de R$ 10 mil na poupança se transformaria em um montante de R$ 10.719 um ano depois – com a Selic em 12,75%, o valor final chegava a R$ 10.822, calcula Camilla, da XP.
Em dois anos, a economia sobe para R$ 11.490 e em três, para R$ 12.316.
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Pós-fixado no Tesouro Direto
Uma aplicação de R$ 10 mil no Tesouro Selic – título público disponível para investimento no Tesouro Direto – se transformaria em uma economia de R$ 10.990 um ano depois, já descontando taxas e impostos, segundo cálculos de Camilla. Em dois anos, o montante chegaria a R$ 12.177 e, em três anos, a R$ 13.395.
A mesma simulação, em junho, quando a Selic ainda era de 13,75% ao ano, apontava para um valor final de R$ 11.109 depois de um ano.
LCI e LCA
Muitos investidores mantêm recursos aplicados na poupança atraídos pela isenção do Imposto de Renda e por enxergarem a caderneta como uma aplicação supostamente sem risco.
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Porém, os depósitos na poupança estão expostos aos mesmos riscos que as letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA), como o risco de crédito (possibilidade de inadimplência) do banco em que foram realizados.
Esses investimentos, aliás, são isentos de IR assim como a caderneta.
Na prática, a principal diferença está nos prazos: no caso das LCIs e LCAs, há uma carência de 90 dias após a aplicação para que possam ser feitos os primeiros saques. Algumas também preveem que os resgates só possam ocorrer na data de vencimento do papel.
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Um investimento de R$ 10 mil em LCIs ou LCAs que paguem 90% do CDI alcançaria R$ 11.093 após um ano com a nova Selic. O valor chega a R$ 12.311 em dois anos e a R$ 13.579 em três.
CDB
A isenção de IR é um benefício da poupança, mas dado seu formato de remuneração, é preciso considerar se a rentabilidade de fato compensa.
Em um CDB que rendesse o equivalente a 110% do CDI – indicador que sempre caminha muito próximo da própria Selic – o retorno do investidor seria maior. Agora que a Selic está em 12,25%, uma a aplicação de R$ 10 mil alcançaria um valor final de R$ 11.103 em um ano, de R$ 12.431 em dois e de R$ 13.807 em três anos, já considerando o desconto do Imposto de Renda.
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A remuneração dos CDBs varia de acordo com a instituição emissora e também com o prazo de vencimento. Na quinzena entre 11 e 24 de outubro, a taxa média dos CDBs pós-fixados variava entre 99,31% e 102,45% do CDI, dependendo do prazo, segundo levantamento realizado pela Quantum Finance para o InfoMoney.
No entanto, o levantamento identificou papéis que ofereciam até 130% do CDI. Significa que, mesmo não sendo isentos de tributação como a poupança, os CDBs disponíveis nas instituições financeiras podem render acima da caderneta.
Para ficar atento
É possível encontrar papéis com retornos nessa faixa nas plataformas de investimento. É necessário, porém, atentar a alguns detalhes. Os CDBs, LCIs e LCAs com melhor rentabilidade usualmente não possuem liquidez diária, ou seja, não permitem que os recursos sejam resgatados a qualquer momento – e, sim, apenas no vencimento do papel.
Os retornos mais atrativos também costumam ser oferecidos por instituições com risco de crédito mais elevado. Assim, é importante considerar a nota de crédito da instituição emissora do papel desejado antes de investir.
Lembrando que tanto os CDBs quanto as LCIs, as LCAs e a poupança são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), espécie de “seguro” que devolve ao investidor até R$ 250 mil caso a instituição emissora apresente problemas, como uma intervenção do Banco Central.
Os títulos públicos, por sua vez, não contam com a proteção, mas como são emitidos pelo governo federal têm risco considerado dos mais baixos do mercado.
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