Dia da Poupança: brasileiros deixam de ganhar até R$ 120 bilhões ao investir na caderneta

Aplicações seguras, como Tesouro Selic, CDBs e LCIs, rendem mais que a poupança; simulação mostra quanto o investidor deixa de ganhar

Leonardo Guimarães

(Getty Images)

Publicidade

O Dia Mundial da Poupança, comemorado neste 31 de outubro, foi criado em 1924 no primeiro Congresso Internacional de Economia para conscientizar consumidores sobre a necessidade de aumentar suas reservas financeiras. No Brasil, porém, a data lembra um instrumento financeiro que costuma não ser tão vantajoso para o poupador.

Dados mais recentes do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) mostram que havia 240,76 milhões de contas ativas na caderneta de poupança, contendo cerca de R$ 925 bilhões investidos, mais que a soma de todo o dinheiro aplicado em As LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) – que, como a caderneta, são isentos de Imposto de Renda.

Uma conta simples, baseada em cálculos de Camilla Dolle, head de renda fixa da XP, mostra que, se investidos em outros instrumentos, o volume depositado na poupança poderia ser até R$ 120 bilhões maior.

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Na simulação, a melhor rentabilidade é a oferecida por CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que também são considerados seguros, e têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil. Na sequência vêm as LCIs e LCAs, que por serem isentas de IR, geralmente pagam uma parcela menor do CDI na comparação com os CDBs.

A poupança também perde para o Tesouro Selic, emitido pelo Tesouro Nacional – nesse caso, a diferença que iria para o bolso dos investidores seria de cerca de R$ 80 bilhões.

Os números ilustram bem o conceito de custo de oportunidade, que fala sobre o benefício que o investidor perdeu por causa de determinada escolha. Nesse caso, o custo de oportunidade da poupança é alto, já que a escolha de deixar o dinheiro na caderneta impede o investidor de alcançar ganhos maiores em outras aplicações.

Continua depois da publicidade

Confira quanto os R$ 925,18 bilhões aplicados na poupança poderiam valer em um ano em outras aplicações com a Selic a 12,75% ao ano:

Instrumento  Rendimento
Poupança R$ 1,17 trilhão
Tesouro Selic R$ 1,25 trilhão
LCI ou LCA (90% do CDI) R$ 1,27 trilhão
CDB (110% do CDI) R$ 1,29 trilhão

A simulação considera a Selic estável em 12,75% por um ano, cenário que deve ser alterado na próxima quarta-feira (1º).

Vale lembrar que, quando a taxa básica de juros supera 8,5% ao ano, como acontece hoje, a rentabilidade da poupança é fixada em 0,5% ao mês – ou 6,17% ao ano – mais a variação da TR (Taxa Referencial). Desde que a Selic avançou além desse nível pela última vez, em dezembro de 2021, é assim que seu retorno é calculado.

Continua depois da publicidade

Caso a Selic fique em 8,5% ao ano ou abaixo, o retorno da caderneta voltará a ser de 70% da Selic mais TR.

Paula Sauer, planejadora financeira certificada, atribui o sucesso da poupança a uma tradição do brasileiro. “Ainda é passada, de geração em geração, a ideia de que a poupança é o investimento mais seguro, mas as pessoas se esquecem dos sustos que já passaram com a caderneta”, diz.