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Quanto rende um CDB hoje? Taxas de prefixados voltam a subir e bancos pagam até 12,40% ao ano

Temor com juros mais altos nos Estados Unidos elevou as taxas no mercado local e deve seguir fazendo preço nos CDBs

Por  Leonardo Guimarães

O mercado financeiro viveu uma onda de aversão a risco nas últimas semanas. O tom hawkish (favorável ao aperto monetário) do banco central dos Estados Unidos causou um rali nos juros americanos, movimento que a curva de juros brasileira acompanhou. Com isso, o rendimento dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) subiram.

A pedido do InfoMoney, a Quantum Finance mapeou 364 CDBs emitidos entre 27 de setembro e 10 de outubro. O levantamento mostrou que as taxas de títulos prefixados e atrelados ao CDI subiram no período, enquanto os juros de papéis ligados à inflação tomaram direções mistas.

Rodrigo Caetano, analista da Toro Investimentos, explica que, nas últimas semanas, “tivemos aumento da estimativa de juros para os próximos anos [nos EUA], além da precificação da possibilidade de novo aumento na taxa de juros americana ainda em 2023”, movimento que explica a maior remuneração oferecida por instituições financeiras.

Prefixados

Os juros dos títulos bancários prefixados quebraram a sequência de quedas na última quinzena e passaram a subir. Houve avanço nas taxas mínimas, médias e máximas de todos os títulos com prazo de pelo menos seis meses.

A taxa média paga pelos prefixados de 24 meses subiu de 10,70%, no levantamento anterior, para 11,55% na leitura mais recente. Para esse prazo, o papel com maior remuneração, emitido pelo Haitong Brasil, tinha taxa de 12,05%. A rentabilidade média dos papéis mais longos, com prazo de pelo menos 36 meses, avançou de 11,16% para 11,91%.

Nos prazos mais curtos, o movimento foi menos intenso. O retorno médio dos prefixados para seis meses teve leve alta de 11,58% para 11,62%, enquanto o dos papéis com vencimento em 12 meses subiu de 10,83% para 11,25%. A taxa média dos títulos de curtíssimo prazo, com vencimento em três meses, caiu de 12,18% para 12,08%.

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Para Caetano, os juros de CDBs prefixados podem continuar subindo, “visto que o cenário externo, principal fator que contribui para o avanço recente dos juros, segue incerto”.

Foram emitidos 95 CDBs prefixados na última quinzena, 10 a menos que o número de emissões no período anterior.

Retornos de CDBs prefixados de 27/set a 10/out 
Prazo (meses)IndexadorTaxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
3Prefixado11,80%12,08%12,40%23Banco Daycoval
6Prefixado11,20%11,62%12,11%25Banco Daycoval
12Prefixado10,65%11,25%12,36%16Haitong Banco de Investimento do Brasil
24Prefixado10,45%11,55%12,05%10Haitong Banco de Investimento do Brasil
36Prefixado10,80%11,91%12,36%21Haitong Banco de Investimento do Brasil

Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda.

CDBs pós-fixados

As taxas dos CDBs atrelados ao CDI também subiram no período analisado pela Quantum. Aqui, ao contrário do que aconteceu nos prefixados, a exceção foi o longo prazo. A taxa média dos papéis de curtíssimo prazo, com vencimento em três meses, saiu de 100,56% do CDI para 101,05%, enquanto a dos papéis com vencimento em seis meses avançou de 98,89% para 99,02% do CDI.

O papel com maior rendimento foi emitido pelo Banco Pine, que oferecia 116% do CDI por 24 meses. Os papéis de prazo maior, mais significativos em volume de emissões, registraram taxa média de 101,63% do CDI, um pouco menor que os 102% do levantamento anterior.

De 27 de setembro a 10 de outubro, foram emitidos 222 CDBs pós-fixados, ante 253 emissões entre 13 e 26 de setembro.

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Retornos de CDBs indexados ao CDI de 27/set a 10/out 
Prazo (meses)IndexadorTaxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
3%CDI97,50%101,05%105,25%33Banco Pan
6%CDI97,50%99,02%106,50%24Banco Pan
12%CDI90,00%101,04%110,00%59Banco Industrial do Brasil; BR Partners
24%CDI92,00%101,26%116,00%42Banco Pine
36%CDI97,50%101,63%112,50%64Banco Múltiplo

Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda.

CDBs de inflação

Nos papéis atrelados à inflação, as taxas médias – calculadas para dois prazos – tiveram direções mistas. Enquanto a rentabilidade real dos títulos com vencimento em 24 meses caiu de 6,07% para 5,99%, a de papéis para 36 meses avançou de 5,92% para 6,30%.

Caetano diz que os CDBs de inflação “devem seguir como boas opções de investimento” por oferecer proteção contra a escala de preços, mesmo com as incertezas do cenário econômico atual.

As taxas mínimas dos papéis atrelados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiram. Para o prazo de 24 meses, passaram de 4,50% para 5,10% e de 4,50% para 4,90% em 36 meses.

A maior rentabilidade real dos papéis mais curtos foi de 6,35%, ante 6,45% no levantamento anterior, enquanto a dos títulos mais longos subiu de 6,30% para 6,70%.

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O levantamento da Quantum Finance identificou 47 CDBs de inflação emitidos no período ante 88 na quinzena anterior.

Retornos de CDBs indexados à inflação de 27/set a 10/out 
Prazo (meses)IndexadorTaxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
24IPCA5,10%5,99%6,35%17Haitong Banco de Investimento do Brasil
36IPCA4,90%6,30%6,70%30Haitong Banco de Investimento do Brasil

Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda.

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