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Na virada do ano, muitos brasileiros retomam a promessa de organizar a vida financeira, sair do zero na poupança e finalmente começar a investir. Mas quanto guardar por mês? Onde aplicar primeiro? E vale a pena começar mesmo em ano de eleições?
Michael Viriato, planejador financeiro e sócio da Casa do Investidor, e Rachel de Sá, estrategista de alocação da XP, mostraram no Onde Investir 2026 dicas práticas sobre como começar, quanto é preciso aportar mensalmente dependendo da idade de início, e quais são as melhores formas de aplicar o dinheiro.
Quanto guardar para a aposentadoria?
Segundo Viriato, os três grandes gastos da vida do brasileiro médio são moradia, educação dos filhos e aposentadoria. Para este último objetivo, a diferença entre começar cedo ou tarde é enorme.
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Ele propõe um exemplo simples, considerando uma taxa real de 5% ao ano (descontado o Imposto de Renda):
- Começando aos 25 anos: é preciso guardar cerca de R$ 1.200 por mês para garantir uma renda futura de R$ 10 mil mensais.
- Começando aos 55 anos: o valor sobe para R$ 12.200 por mês.

“Cada década que você adia o plano mais do que dobra o valor necessário para poupar”, alertou Viriato. Ele reforçou que metas de longo prazo devem ser quebradas em prazos menores para evitar a procrastinação.
De Sá, que participou do mesmo evento, complementou que a jornada da aposentadoria também exige diversificação e rebalanceamento, ajustando o risco ao longo do caminho. Para ela, previdência privada pode ser um bom veículo de longo prazo, mas não substitui uma carteira diversificada que inclua:
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- renda fixa pós-fixada, prefixada e atrelada à inflação;
- fundos multimercado;
- ações brasileiras e internacionais;
- e até renda fixa global.
“A diversificação é o único almoço grátis”, brincou.
Ano de eleição: posso começar a investir?
Sobre o impacto do ano eleitoral nos investimentos, os painelistas reconheceram a volatilidade natural do período, mas alertaram para a importância de manter o foco no longo prazo.
Viriato aconselhou o investidor iniciante a conhecer seu perfil e avaliar o quanto está disposto a se frustrar com possíveis perdas no curto prazo. “Se você fica muito chateado, talvez seu perfil não seja adequado para investimentos mais voláteis”, disse.
De Sá ressalta que a decisão de investir não deve ser adiada por causa do ano eleitoral e que contar com gestores qualificados pode ser o grande diferencial para a elaboração de de uma estratégia diversificada que considere o cenário político e econômico. “Quando você diversifica, está combinando ativos para atingir o melhor resultado possível dado um certo risco”, explicou.
O fato é que o imediatismo não combina com os investimentos, sobretudo se você é iniciante. Para os especialistas, a avaliação dos resultados de uma carteira, por exemplo, deve acontecer, idealmente, após três a cinco anos de uma estratégia consistente – evitando o ruído e a confusão causados por excesso de informações conflitantes.