Qualquer pessoa pode investir na Bolsa? Veja como saber se você tem perfil

A compra de ações é considerada um investimento de risco, deve ser feito apenas por pessoas que entendem o funcionamento do mercado, diz especialista

Equipe InfoMoney

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 Texto de Gustavo Nobre Tapajós, planejador financeiro pessoal com certificação CFP®(Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros. Gustavo é sócio da Ação Investimentos.

Existem dois tipos de investimentos: aqueles com rentabilidade prevista ou esperada (operações chamadas de renda fixa); e, aqueles que não se tem previsibilidade sobre o retorno ou até mesmo sobre o valor principal investido (operações chamadas de renda variável).

Uma das opções de investimento, de renda variável, mais difundidas é justamente a Bolsa de Valores. Através dela é possível efetuar a compra de ações. Uma ação é a menor parte do capital social de uma empresa. Quando efetuamos a compra de um lote de ações, estamos nos tornando sócios de uma empresa e participaremos de seu resultado na proporção da participação adquirida.

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Existem dois tipos de ação, as ações ordinárias (ON) e as ações preferências (PN), a primeira dá direito de voto em assembléia e sobre as deliberações da empresa, a segunda dá preferência no recebimento do lucro do exercício (os dividendos).

As ações de grandes empresas de capital aberto são negociadas através das bolsas de valores. No caso do Brasil, as negociações acontecem na BM&Fbovespa. A Bolsa brasileira fica sediada em São Paulo e opera por meio de um sistema eletrônico sofisticado.

Os investimentos em ações podem ser feitos basicamente de duas formas:

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Na forma individual e direta, o investidor precisa abrir cadastro em uma corretora (verificar taxas e serviços), enviar uma TED para a conta na corretora e efetuar a compra desejada através do Homebroker ou da mesa de operações da mesma. Nessa modalidade, não há valores mínimos para se investir em ações, com menos de R$ 1.000,00 se pode comprar um lote padrão. A apuração dos resultados e recolhimento dos impostos sobre o ganho de capital é feito individualmente por cada investidor mensalmente (sempre que houver a alienação de parte ou totalidade da posição).

Na forma coletiva e indireta, o investidor fará a compra de cotas de fundos de investimento ou clubes de investimento juntamente com outros investidores, o montante total de recursos será utilizado para adquirir as ações escolhidas pelo Gestor (no caso do Fundo) ou pelo comitê de investimentos (no caso do Clube). Para que o investimento seja feito é necessário que os investidores façam a adesão ao fundo/clube pretendido, os recursos deverão ser transferidos (VIA TED/DOC) para a conta do Fundo/Clube. Nessa modalidade os valores mínimos dependem do regulamento dos veículos (podendo variar de R$ 100,00 até R$ 1.000.000,00, por exemplo). Já a apuração do imposto é feito pelo administrador (Fundo) e pela Instituição Financeira (Clube) no momento que o investidor alienar suas cotas. O imposto de renda é retido na fonte e o investidor não tem nenhum tipo de trabalho adicional.

A compra de ações é considerada um investimento de risco, deve ser feito apenas por pessoas que entendem o funcionamento do mercado, tem um perfil mais arrojado e possuem uma situação financeira equilibrada. Tanto no formato “direto” ou “indireto” o investidor estará exposto às oscilações dos preços das ações que foram objeto do investimento. Não há garantia do retorno do investimento inicial feito, podendo inclusive haver perda do principal. Porém, se o investidor conseguir perceber boas oportunidades e se tornar sócio de companhias sólidas/lucrativas, com o passar dos anos, o valor investido retornará sobre a forma de dividendos recebidos e também haverá a possibilidade de auferir ganho de capital com a alienação das ações no caso de um aumento do valor de mercado (o que geralmente acontece com empresas que entregam lucro para os seus acionistas por muitos anos consecutivos – um bom exemplo disso é a AMBEV – uma das maiores empresas brasileiras e que tem hoje um valor muito maior do que tinha há 10 anos).

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Para quem está iniciando na bolsa, é essencial entender qual o seu perfil de investidor, qual a sua tolerância a risco, antes mesmo de escolher as ações que pretende investir. A composição da parte variável na sua carteira depende basicamente desse estudo. Existem 3 tipos de perfis: Conservador (Não toleram perdas e buscam aplicações seguras), Moderado (Tolera algum risco, buscam rentabilidade sem se arriscar muito) e Agressivo ( Buscam obter ganhos no curto prazo, geralmente pessoas mais jovens). As corretoras possuem estudo de perfil de investidor e normalmente são feitos na abertura da conta.

Conhecendo seu perfil e definindo quanto do seu investimento mensal vai para a renda variável, é hora de escolher as empresas ou o fundo/clube de investimentos irá investir e ter a disciplina de seguir a estratégia traçada.

Boas compras

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 O texto reflete as opiniões do autor. O Infomoney não se responsabiliza pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Gostou das explicações? Tem mais dúvidas sobre investimentos e planejamento financeiro? Mande um e-mail para o Gustavo: gtapajos@acaoi.com.br