Fundos Data Alvo: uma alternativa para os desafios da aposentadoria

Muito comum e amplamente utilizados nos EUA, estes fundos representam 20% do patrimônio dos planos de contribuição definida no mercado americano

Diego Lazzaris Borges

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Por Bernardo Schneider, CEO da Icatu Vanguarda

O ano de 2019 começa com um desafio e tanto para a nova equipe econômica do governo: equacionar as contas públicas. E, para isso, se faz fundamental uma reforma da Previdência.
Independentemente das medidas que serão eventualmente aprovadas, é certo que a maioria dos brasileiros será afetada de alguma forma, e, em meio a tantas incertezas envolvendo o futuro do INSS, a previdência privada ganha ainda mais relevância. Diante desse cenário, destaco três pontos para reflexão:
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O primeiro ponto diz respeito à expectativa média de vida, que vem subindo nas últimas décadas. Para fins de aposentadoria, o cálculo da expectativa de vida precisa ser feito a partir do momento em que a pessoa efetivamente se aposenta.
Por exemplo, em 1997, uma pessoa de 40 anos que programou se aposentar aos 60 anos, tinha 17,7 anos como expectativa de sobrevida. Em 2017, ao completar 60 anos, descobriu que sua expectativa de sobrevida tinha subido para 22,4 anos – um aumento de 27% em 20 anos! Se as pessoas vivem mais, também precisam acumular por mais tempo e/ou poupar mais.

O segundo ponto é relacionado ao aumento dos salários (e do padrão de vida) ao longo do tempo. Poupar o mesmo percentual do salário ano após ano não resultará em um montante suficiente para manter o padrão de consumo do final da vida ativa nos anos seguintes à aposentadoria. Considerando o ganho real médio do trabalhador brasileiro, este terminará sua fase de acumulação com uma renda 170% a 230% maior (em termos reais) que no início da carreira.

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O terceiro e último ponto é a relevante mudança que está ocorrendo no juro real brasileiro. Ao longo dos últimos 20 anos, o juro real de curto prazo (CDI deflacionado pelo IPCA) caiu de um patamar de 10% a.a. para ao redor de 2,5% a.a. Como 95% do patrimônio da previdência aberta está investido em estratégias/ativos atrelados ao CDI, a poupança previdenciária tem tido retornos decrescentes.

O alto retorno real do CDI fez com que os investidores ficassem extremamente dependentes dessa estratégia, mesmo para uma poupança de longo prazo. O descasamento de prazo entre o ativo e o passivo previdenciário foi mascarado por essa oportunidade de investimento do passado.

Imaginando que o Brasil seguirá o caminho da estabilidade econômica, o investidor precisará se sofisticar para atender aos seus objetivos de longo prazo. A tendência é que o investidor individual seguirá o investidor institucional e passará a ter o seu próprio ALM (Asset Liability Management). A busca por retorno real é comum a todos os poupadores, o que difere entre eles é o prazo de investimento. Com essa visão, os veículos de investimentos mais sofisticados entram em campo.

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O grupo Icatu trouxe, em 2005, o conceito de Target Date Funds (Fundos Data Alvo) para o Brasil. Muito comum e amplamente utilizados nos EUA, eles representam 20% do patrimônio dos planos de contribuição definida no mercado americano.

São fundos cujo horizonte de investimento é a principal característica para a escolha do seu portfólio. Normalmente, esses produtos possuem um número no nome, que faz referência ao ano em que aquele portfólio tem como alvo. Com isso, investidores com horizontes de investimentos parecidos podem estar no mesmo veículo, compartilhando os benefícios do ganho de escala.

O modelo de construção de portfólio por trás desses produtos busca otimizar a utilização de risco e casar prazos de investimentos. Com isso, é natural esperar que quanto mais distante estiver da data alvo do fundo, maior será a sua concentração em ativos como ações e títulos de longo prazo.

A medida em que os anos passam, o rebalanceamento do portfólio vai sendo operacionalizado de modo a buscar o objetivo final, que é o ponto máximo da reserva acumulada. Para atingir esse objetivo, o portfólio vai migrando para uma posição mais conservadora, refletindo a proximidade do uso dos recursos.

Nesse modelo são utilizados diversos instrumentos financeiros, dentre eles: títulos de curto, médio e longo prazo, podendo ser atrelados à inflação e/ou ao risco de crédito privado, além de variadas estratégias de Renda Variável. A migração entre as diferentes estratégias acontece de tal forma que os erros comportamentais (investir quando o ativo está na moda e desinvestir quando o ativo está depreciado) são minimizados. Com essas características, este tipo de produto é indicado para aqueles que não têm tempo, interesse e/ou conhecimento para gerir os próprios recursos.

A sofisticação da indústria de fundos veio para estimular o investidor a alterar a forma tradicional de fazer poupança para a aposentadoria. As pessoas estão vivendo mais, os retornos financeiros com pouca volatilidade não são mais uma realidade e existe uma grande incerteza com relação ao futuro da aposentadoria pública.

O brasileiro precisa se acostumar a poupar mais e a desvencilhar seus investimentos do CDI. A educação financeira terá papel fundamental nessa nova fase.

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip