Presidente da Petros admite aumento do deficit, mas diz que fundo não está quebrado

Em dezembro de 2014, o deficit era de R$ 6,19 bilhões. Quando ele assumiu o cargo, em março do ano passado, era de R$ 8,114 bilhões.

Equipe InfoMoney

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O presidente da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), Henrique Jäger, admitiu aos deputados da CPI dos Fundos de Pensão que o deficit da Petros, em novembro de 2015, aumentou para R$ 16,12 bilhões.

Em dezembro de 2014, o deficit era de R$ 6,19 bilhões. Quando ele assumiu o cargo, em março do ano passado, era de R$ 8,114 bilhões. Segundo ele, o deficit de R$ 16 bilhões é decorrente da queda no valor das ações da carteira de investimentos do fundo e de outros fatores, como a correção do passivo do fundo pela inflação e a perspectiva de aumento real dos salários.

“Isso significa que a Petros está quebrada? Não. Eu vou vender os títulos quando eles valorizarem. E eu tenho dinheiro para pagar as aposentadorias”, garantiu Jäger.

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Ele também admitiu que a situação financeira da empresa Sete Brasil, que recebeu investimentos do fundo de pensão, é “delicada”.

“Não tenho como esconder. A situação é muito delicada, mas há uma tentativa de reestruturação, com a participação da Petrobras, e seis sondas já estão quase prontas”, disse, ao responder pergunta do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

A Sete Brasil foi contratada pela Petrobras para construir 28 sondas de perfuração, por um total de US$ 22 bilhões – dos quais US$ 18 bilhões deveriam sair do BNDES, financiamento negado pelo banco depois de deflagrada a Operação Lava Jato. A Petros detém 17% de participação no Fundo Sondas, criado para controlar a Sete Brasil.

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A empresa tinha como principal fonte de recursos o BNDES, mas também contou com recursos dos fundos de pensão Petros, Previ (do Banco do Brasil), Valia (da Vale do Rio Doce), Funcef (da Caixa Econômica Federal), da Petrobras e dos bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander.

No ano passado, ao divulgar o balanço financeiro que apontou déficit de R$ 6,2 bilhões, Jäger listou fatores que contribuíram para o baixo desempenho, entre os quais os investimentos na Sete Brasil, que já causaram uma desvalorização de 30% nas cotas dos acionistas.

Jäger assumiu a presidência da Petros há um ano, no lugar de Carlos Fernando Costa. É economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), membro do Conselho de Administração do Banco do Brasil e foi, durante 10 anos, assessor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade ligada à CUT.

No depoimento à CPI, Jäger lista as mudanças na gestão do plano adotadas desde que assumiu o cargo. A Petros passou a investir apenas em empresas classificadas como duplo A pelas agências de classificação de risco. E trocou investimentos em ações por investimentos em títulos públicos, o que, segundo ele, evitou prejuízos com a queda nas bolsas de valores.

Ele citou dois exemplos: vendas de R$ 770 milhões em ações do Grupo JBS e R$ 1 bilhão em ações da BRF, cujas ações se desvalorizaram cerca de 30% nos meses seguintes.