Jovens não entendem previdência, mostra estudo

O levantamento constata que, considerando o aumento da longevidade e a erosão das aposentadorias pública e privada, a geração Y terá que poupar mais que seus pais

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Mais da metade da geração Y não tem certeza como os fundos de pensão funcionam, segundo o estudo ‘The Generation Game: Savings for the New Millennial’, realizado pelo BNY Mellon e uma equipe de alunos da Saïd Business School, da Universidade de Oxford.

O estudo aponta as prioridades de poupança, condutas relativas a planejamento de aposentadoria e expectativas sobre diferentes tipos de instituições financeiras dos indivíduos nascidos após 1980, em sete mercados-chave: Brasil, Austrália, China, Japão, Holanda, Reino Unido e EUA.

“Se a geração Y não entende como fundos de pensão funcionam, as instituições financeiras em geral e as seguradoras em especial, que claramente não foram priorizadas como fontes de aconselhamento na pesquisa, precisam ajudar a criar uma cultura de educação financeira”, disse Adriano Koelle, Chairman para a América Latina e Country Executive no Brasil, BNY Mellon. “Achamos que essa iniciativa pode e deve começar cedo. Alunos do ensino médio, universitários e jovens iniciando no mercado de trabalho devem ser informados e educados sobre a importância e as alternativas de se poupar para a aposentadoria.”

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O levantamento constata que, considerando o aumento da longevidade e a erosão das aposentadorias pública e privada, a geração Y terá que poupar mais que seus pais e deverá fazê-lo por períodos mais longos. O levantamento ainda mostra que os brasileiros têm mais dificuldades de entender os planos de previdência: 63% admitiram que não sabiam como funcionam, em comparação com uma média de 49% entre os sete países analisados.

Shayantan Rahman, aluno de Economia e Negócios na Saïd Business School, um dos líderes da pesquisa, disse: “O que me impressionou foi que ao mesmo tempo em que a geração Y está, de um modo geral, confortável com o fato de ser alvo de marcas de consumo por meio das mídias sociais, ela não quer que os provedores de serviços financeiros usem estes canais para contatá-la. Em vez de ser a solução para ajudar clientes e entrar em contato com a geração Y, muitos nos disseram achar que isso os faz parecer ‘bobos’, ‘intrometidos’ ou ‘assustadores’”.

Outros pontos identificados pelo estudo:

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 • 50% da geração Y brasileira acreditam não haver produtos voltados para eles. A geração Y quer produtos que lhe demonstre que está sendo recompensada por imobilizar seu dinheiro;

 • 84% da geração Y brasileira não conhecem as vantagens tributárias que as poupanças para pensão oferecem, em comparação a 75% no Japão e 54% nos EUA;

• A geração Y brasileira estaria mais inclinada a poupar para a aposentadoria se o dinheiro não ficasse totalmente preso (67%);

• 65% da geração Y brasileira esperam acessar as mesmas fontes de renda relativas à aposentadoria que seus pais, em comparação a apenas 16% no Japão e 84% na Austrália. Ao mesmo tempo em que a geração Y frequentemente tem atitudes similares de poupança para a aposentadoria, podem haver enormes variações de país para país;

• Sob o ponto de vista global, menos de 1% da geração Y quer que provedores de serviços financeiros entrem em contato por meio de mídias sociais.

O levantamento ouviu 1.178 pessoas da geração Y. 191 estavam no Brasil.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip