Prêmios de títulos do Tesouro Direto sobem nesta sexta-feira

Sentimento é de maior aversão ao risco com cena política doméstica; no exterior, atenções recaem sobre dados de emprego nos EUA

Mariana Zonta d'Ávila

(Getty Images)

Publicidade

SÃO PAULO – Os prêmios pagos pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentam alta na manhã desta sexta-feira (7), com os investidores de olho no noticiário político doméstico e na agenda de indicadores.

O papel com retorno prefixado e vencimento em 2024 pagava uma taxa anual de 8,20% na abertura dos negócios, ante 8,11% na tarde de quinta-feira (6). Da mesma forma, o juro pago pelo Tesouro Prefixado 2026 subia de 8,65% para 8,73% ao ano.

Entre os títulos atrelados à inflação, o Tesouro IPCA+2026 oferecia um prêmio anual de 3,54%, contra 3,52% anteriormente, enquanto a taxa do Tesouro IPCA+2035 avançava de 4,22% para 4,26% ao ano.

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta sexta-feira (7):

Fonte: Tesouro Direto

Política, varejo e inflação

Entre os destaques do dia, investidores repercutem notícias sobre o avanço das reformas. Ontem, o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Efraim Filho (PB), afirmou que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), garantiu que qualquer decisão sobre o andamento da reforma tributária será definido de maneira coletiva.

Segundo Efraim, Lira ponderou na reunião que o texto do relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) trata de mudanças da tributação no consumo, mas destacou que há outras propostas na Casa com abordagem sobre a renda. Lira vem defendendo que a reforma seja votada por partes, iniciando pelos temas com mais facilidade de aprovação.

Continua depois da publicidade

Além disso, reportagem do jornal Valor Econômico afirma que o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, vem negociando com a equipe econômica para recompor as despesas discricionárias a R$ 6 bilhões. Após cortes realizados em abril no Orçamento, essas despesas ficaram em R$ 3,3 bilhões.

Ainda na política, em transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro chamou de “canalhas” os parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. “Canalha é quem critica a cloroquina e a ivermectina e não apresenta uma alternativa”, disparou.

O presidente ainda ameaçou não permitir eleições em 2022 caso não haja voto impresso. Bolsonaro criticou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, chamando-o de “dono do mundo” e “homem da verdade absoluta”.

“Ninguém aceita mais este voto que está aí, como vai falar que é preciso, é legal, é justo e não é fraudado? Única republiqueta do mundo, acho que talvez a única, é a nossa que aceita essa porcaria desse voto eletrônico, isso tem que ser mudado”, disse.

Leia também:
Copom eleva Selic a 3,50% ao ano: confira as melhores alternativas para investir hoje

Na agenda de indicadores domésticos, as vendas do comércio varejista caíram 0,6% em março de 2021 ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo o terceiro resultado negativo nos últimos quatro meses. Na comparação com março de 2020, contudo, houve alta de 2,4%.

Apesar da baixa na comparação mensal, o resultado foi bem melhor do que o esperado. A projeção, de acordo com consenso Refinitiv, era de queda de 7% na comparação com fevereiro e de baixa de 1,7% na comparação com março de 2020.

Atenção ainda para dados de inflação com o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que registrou alta de 2,22% em abril, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o IGP-DI acumula elevação de 10,38% no ano e avanço de 33,46% em 12 meses.

Quadro internacional

Na cena externa, os mercados repercutem novos dados de emprego nos Estados Unidos, após o menor número de pedidos de auxílio-desemprego na última semana.

Segundo o Departamento de Trabalho do país, os EUA criaram 266 mil empregos em abril, bem abaixo do esperado pelos economistas consultados pela Refinitiv, de 978 mil vagas.

Já a taxa de desemprego ficou em 6,1%, enquanto economistas esperavam que recuasse a 5,8%.

Na Europa, a União Europeia deu apoio a discussões sobre suspender proteções de patentes sobre vacinas contra a Covid, seguindo uma proposta dos Estados Unidos que prejudicou empresas do setor farmacêutico.

Na Alemanha, dados divulgados nesta sexta pelo governo alemão indicam que as exportações do país subiram 1,2% em março, o 11º mês seguido de expansão. A produção industrial da maior economia europeia subiu 2,5% na comparação mensal.

Por fim, na Ásia, atenção para os dados sobre a balança comercial chinesa, relativa a abril, que ficou em US$ 42,9 bilhões positivos, acima da projeção de US$ 28,1 bilhões e do patamar anterior, de US$ 13,8 bilhões.