Por que a Verde comprou ações de empresas de plano de saúde

Hapvida, NotreDame Intermédica e SulAmérica fazem parte da carteira dos fundos da gestora

Giuliana Napolitano

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SÃO PAULO – A Verde, uma das gestoras de recursos mais bem-sucedidas do país, vem aumentando seus investimentos na Bolsa. E um dos setores preferidos é o de saúde, especialmente o segmento de planos.

Atualmente, fazem parte da carteira dos fundos da Verde as ações das operadoras de planos de saúde Hapvida (HAPV3), NotreDame Intermédica (GNDI3) e SulAmérica (SULA11).

Um dos motivos da escolha é a tendência de crescimento do setor de saúde no médio e longo prazos no Brasil, em razão do envelhecimento da população e da perspectiva de aumento da renda e do emprego com a recuperação da economia.

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Para Pedro Sales, gestor dos fundos de ações Brasil da Verde, uma parte relevante dos maiores gastos maiores com saúde deve ser feita com planos e seguros, na medida em que as pessoas almejam sair do sistema público.

“O gasto com planos de saúde cresce mais que o PIB em países com um perfil parecido com o nosso”, diz Sales.

Além da perspectiva macro favorável, o gestor tem uma visão positiva sobre as três empresas. Hapvida e Intermédica têm um modelo de negócios parecido cujo ponto forte, diz Sales, é o fator de terem redes próprias de hospitais, clínicas e laboratórios.

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O atendimento é integrado e, com isso, essas companhias conseguem reduzir desperdícios, o que tem permitido que tenham planos mais baratos e, ainda assim, mantenham margens de lucro maiores que a média do setor. Dessa forma, têm condições de crescer mais que a concorrência.

A SulAmérica atua de forma diferente, com rede credenciada. Mas, na visão de Sales, tem uma gestão “excelente” e coordenada, com programas de prevenção e melhora do atendimento inicial, chamado de atenção primária. “Com isso, vem entregando bons resultados”, afirma o gestor.

Um benefício adicional, na opinião do gestor: “O setor de planos de saúde é bastante pulverizado no Brasil, com centenas de operadoras, e as líderes podem atuar como consolidadoras”.

Neste ano, as ações da Intermédica valorizaram 88,3%, as da Hapvida subiram 74,5% e as da SulAmérica, 66,1%. Já o Ibovespa teve alta de 15,5%.

“Órfãos do CDI”

De forma mais ampla, a Verde vem aumentando seus investimentos em Bolsa em razão de uma conjunção de fatores que a gestora considera positivos: a retomada da economia; a inflação sob controle, que abre espaço para juros baixos; e o fato de muitas empresas terem capacidade ociosa, o que permite crescer com pouca adição de custos.

“Vemos juros baixos se mantendo de forma estrutural. Estamos em outro patamar por conta da mudança fiscal. Nesse sentido, o longo prazo será totalmente diferente do passado, e muito benéfico para a Bolsa. O custo de capital das empresas será menor e custo de oportunidade de investir em ações também. Teremos mais órfãos do CDI”, diz Sales.

O gestor acredita que apenas parte dessa perspectiva mais otimista está no preço das ações hoje. “Se houver a aprovação de mais reformas, o que consideramos possível, o crescimento da economia será maior”, diz.

O principal fundo da gestora, o Verde, rendeu 10,2% em 2019 até setembro, mais que o dobro do CDI.

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Giuliana Napolitano

Editora-chefe do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre finanças e negócios. É co-autora do livro Fora da Curva, que reúne as histórias de alguns dos principais investidores do país.