Pimco: Ventos favoráveis devem impulsionar investimentos em mercados emergentes em 2021

Segundo a gestora, preços de exportação mais altos e condições financeiras mais flexíveis favorecem títulos de renda fixa desses países

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Um ambiente de política monetária flexível nos mercados desenvolvidos, preços de commodities em alta e um processo em andamento de vacinação contra o coronavírus convergem para um ano de recordes de fluxos de capitais para os mercados emergentes. Essa é a avaliação da Pimco, gestora com cerca de US$ 2 trilhões em ativos sob gestão.

“Dada a confluência atípica de tantos fatores externos e a escassez de alternativas com taxas de juros melhores, parece razoável esperar que, em 2021, os fluxos de capitais para os mercados emergentes não apenas ultrapassem a média de US$ 280 bilhões da última década, como superem o recorde de 2010”, escreveu a asset americana, em relatório.

Segundo os estrategistas Gene Frieda e Pramol Dhawan, ainda que a demanda interna permaneça relativamente fraca devido à pandemia e à moderação do estímulo fiscal, muitos emergentes estão bem posicionados para se beneficiar de um ciclo de produção global “resiliente” e de um eventual impulso vindo de uma demanda reprimida, com a normalização da atividade.

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A postura mais flexível do Federal Reserve (o banco central americano) e o ambiente de dólar mais fraco também jogam a favor da estratégia.

“Tudo o mais constante, a confluência de fortes fluxos de capitais, o aumento dos preços das exportações e as condições financeiras mais flexíveis devem estimular o crescimento dos mercados emergentes”, apontam. Saiba mais sobre as oportunidades e os riscos no mercado externo nestes painéis do Onde Investir 2021.

Além da dinâmica externa, os estrategistas chamam atenção ainda para as melhorias econômicas em alguns países do grupo, como níveis reduzidos de inflação e de dívida em moeda estrangeira, bem como um sistema financeiro mais robusto e flexibilização cambial.

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Segundo a Pimco, foram esses fundamentos mais sólidos que permitiram a muitos bancos centrais acompanharem os de mercados desenvolvidos, flexibilizando a política monetária ao longo do último ano.

“Acreditamos que essas economias, com destaque para o Brasil e a África do Sul, devem superar seus pares emergentes, em um contexto em que fortes fatores externos estão preparados para aliviar as restrições agudas do financiamento interno refletidas nas acentuadas curvas de juros locais.”

De acordo com os especialistas, embora os spreads do crédito soberano e os juros reais dos títulos públicos em moeda local estejam abaixo da média histórica, eles estão atraentes em comparação com os spreads de crédito corporativo e em relação aos juros dos títulos públicos nas demais regiões.

“Embora não estejam isentos de risco, esses valuations atraentes em meio à confluência de fortes fluxos de capitais, preços de exportação mais altos e condições financeiras mais flexíveis proporcionam um vento favorável para os títulos de renda fixa locais de mercados emergentes”.

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