Pimco vê risco em previsões prematuras sobre pandemia e inflação

“É fácil que os mercados se tornem otimistas demais", disse Robert Mead, corresponsável de gestão de portfólio para Ásia-Pacífico da Pimco

Bloomberg

(Getty Images)

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(Bloomberg) — Um dos maiores riscos em 2021 é apostar que as vacinas acabarão rapidamente com a pandemia de coronavírus, segundo a Pacific Investment Management Co.

Com ativos atrelados ao crescimento perto ou em níveis recordes, “o maior risco é provavelmente o mercado precificar prematuramente o fim da pandemia”, disse Robert Mead, corresponsável de gestão de portfólio para Ásia-Pacífico da Pimco. “É fácil que os mercados se tornem otimistas demais.”

Além disso, Mead não vê riscos de uma explosão da inflação e das taxas de juros, enquanto permanece bastante otimista sobre as perspectivas de crescimento em economias desenvolvidas e emergentes neste ano. O gestor de ativos reflete sua visão com apostas em curvas de juros mais inclinadas na Austrália e nos EUA, embora suas posições tenham menos peso do que no ano passado.

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A estratégia de Mead é baseada na premissa de que, embora as economias registrem certa aceleração dos preços, as metas de inflação permanecem teimosamente fora de alcance e os principais bancos centrais não devem aumentar os juros por pelo menos três a quatro anos. Sua opinião contrasta com o humor dos mercados nesta semana, quando operadores de títulos indicaram as expectativas de inflação mais altas dos últimos anos e com alertas da BlackRock e JPMorgan Asset Management sobre os riscos de alta dos preços.

“A inflação é algo para se pensar, mas não estamos preocupados com isso no horizonte de 12 meses”, disse Mead, de Sydney. “Não é como se pensássemos que as curvas de juros podem ser reprecificadas significativamente, porque temos bancos centrais observando e temendo uma mudança completa nos custos de financiamento em toda a economia.”

Steven Major, responsável global de pesquisa de renda fixa do HSBC e conhecido pelas apostas de ganhos dos títulos, também não acredita ainda na narrativa da reflação. Em relatório a clientes na quarta-feira, Major disse que o banco manteve as previsões para o rendimento de títulos no fim de ano – 0,75% para os títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA – e “olha além” das recentes oscilações nos mercados. Ele acrescentou que é surpreendente que o mercado agora espere que a inflação alcance a meta do Banco Central Europeu de cerca de 2%.

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“É verdade que há maior incerteza sobre a inflação, mas parece estranho que o mercado tenha reprecificado para que o BCE atinja sua meta de inflação em um momento em que a quantidade de ociosidade da economia justifica a manutenção da política acomodativa.”

A Pimco reduziu as posições overweight em instrumentos indexados à inflação com a recuperação das taxas de equilíbrio desde o ano passado, “quando o mercado havia presumido que a inflação nunca mais retornaria”, disse Mead. “Já não são um investimento tão atraente como antes”, disse.

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