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Muita gente já ouviu falar de pessoas que ficaram ricas com o bitcoin. Além da sorte e do timing, elas também foram curiosas e viram potencial em uma tecnologia que ainda era pouco compreendida no início.
Quase vinte anos depois, o bitcoin ainda desperta fascínio e desconfiança na mesma medida. Embora tenha criado fortunas e impulsionado uma nova indústria, continua sendo um ativo de risco, e está longe de representar um sistema financeiro consolidado.
Entender o que esses pioneiros enxergaram lá atrás ajuda a conhecer não só o potencial, mas também os limites e incertezas que ainda cercam esse mercado. Enquanto eles ficaram ricos, outras pessoas perderam dinheiro ao longo do caminho.
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Grandes nomes que ficaram ricos com o Bitcoin
Muitas pessoas que enriqueceram com bitcoin não buscavam fortuna. A motivação era a tecnologia, a diversificação da carteira ou simplesmente a curiosidade.
E a riqueza não veio sem sobressaltos: cada uma à sua maneira, essas pessoas também passaram por momentos de volatilidade e incerteza. Veja a seguir alguns dos nomes mais conhecidos entre investidores e empreendedores ligados à criptomoeda.
Michael Saylor (EUA)
Fundador da MicroStrategy, Michael Saylor foi um dos primeiros executivos de grandes empresas a investir pesado no ativo digital. Em 2020, sua empresa comprou milhares de unidades como parte da estratégia de tesouraria.
Tim Draper (EUA)
Investidor de capital de risco, Draper ficou famoso no mundo cripto após comprar cerca de 30 mil bitcoins em um leilão do governo americano, em 2014, quando o ativo ainda valia menos de mil dólares. Segundo estimativas da Fortune, essas criptomoedas valeriam cerca de US$ 3,5 bilhões em julho de 2025.
Cameron e Tyler Winklevoss (EUA)
Os irmãos que processaram Mark Zuckerberg pelo Facebook usaram parte da indenização recebida para investir em BTC, em 2013. Depois, criaram a exchange Gemini, uma das primeiras plataformas reguladas de criptoativos nos Estados Unidos.
Changpeng Zhao (Canadá)
Changpeng Zhao fundou a Binance em 2017 e rapidamente transformou a empresa na maior exchange de criptoativos do mundo em volume de negociação. Sob sua liderança, a Binance captou milhões de usuários em poucos meses, demonstrando uma forte aposta no crescimento global dos ativos digitais.
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Micree Zhan (China)
Cofundador da Bitmain, empresa referência mundial em equipamentos de mineração de bitcoin. Engenheiro de formação, Zhan percebeu cedo que a mineração poderia se tornar um dos pilares da nova economia digital e investiu no desenvolvimento de chips para aumentar a eficiência das máquinas.
Rocelo Lopes (Brasil)
Um dos pioneiros no mercado brasileiro, Lopes criou empresas voltadas a transações e custódia de criptoativos na América Latina. Foi também um dos primeiros a promover debates sobre regulação e segurança no setor, ajudando a popularizar o uso de bitcoin no país.
Glauber Contessoto (Brasil)
Imigrante brasileiro nos EUA, ficou conhecido por se tornar milionário após investir em criptomoedas em 2021. Sua história viralizou nas redes sociais e exemplifica o perfil de pequenos investidores que apostaram alto em ativos digitais durante o boom do mercado.
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O que eles viram antes de todo mundo
Nenhuma dessas pessoas que ficaram ricas com bitcoin podia prever o tamanho que o ativo digital alcançaria. O que as uniu foi a capacidade de identificar valor em algo que ainda parecia improvável, enquanto a maioria só conseguia enxergar uma novidade tecnológica.
As próprias falas dos pioneiros ajudam a entender o que eles viram antes de todo mundo:
1 – Curiosidade genuína por inovação
Antes de investir, muitos observaram atentamente a tecnologia. A fala do cofundador da Bitmain, Micree Zhan, à revista Quartz em 2017 é um exemplo disso:
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“Passei algumas horas lendo sobre Bitcoin… percebi que era algo bom e decidi entrar nesse negócio imediatamente.”
Já Changpeng Zhao, fundador da Binance, enxergou na escassez de ativos digitais um princípio econômico sólido: “Não tente acumular ativos com oferta ilimitada; é um jogo que você nunca vai ganhar.”
2 – Interesse por soluções descentralizadas
Muitos desses pioneiros gostaram da proposta de não depender de intermediários, pois a rede distribuía a confiança entre milhares de pessoas e computadores no mundo todo.
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Em 2018, o investidor Tyler Winklevoss explicou publicamente essa visão:
“Decidimos colocar nosso dinheiro e nossa fé em uma estrutura matemática livre de política e de erro humano.”
3 – Visão de longo prazo e crença na durabilidade do ativo
Todos enfrentaram períodos de forte desvalorização e dúvidas sobre o futuro da moeda. Ainda assim, mantiveram posições ou continuaram investindo em infraestrutura, demonstrando paciência e convicção no papel duradouro do bitcoin.
Em 2022, dois anos depois do investimento pesado da MicroStrategy em BTC, Michael Saylor deixou o cargo de CEO, em meio a perdas bilionárias. Mas, em vez de desistir da cripto, dobrou a aposta e continuou com foco no ativo digital.
Sua estratégia deu certo: a empresa e seu patrimônio pessoal recuperaram valor com a volta do ciclo de alta do BTC, nos anos seguintes a 2022.
No Brasil, Rocelo Lopes compartilhou a mesma visão de longo prazo. Em 2019, disse ao portal CriptoFácil que muitos ainda não haviam entendido o papel do BTC como reserva de valor:
“Sempre que vejo alguém pagando um café com bitcoin, eu digo: não façam isso! Não sejam o ‘pizza guy’. Guardem suas criptos, pois quem gasta hoje pode acabar pagando dez mil dólares por um café amanhã.”