Paraíso dos rentistas acabou ou ainda dá para chegar perto do 1% ao mês?

Com Selic em 6,5% ao ano, investidor vai precisar montar uma carteira balanceada e de acordo com seu perfil de risco para ganhar mais

Diego Lazzaris Borges

SÃO PAULO – O Brasil sempre foi conhecido como o paraíso do investidor conservador. Por muitos e muitos anos a taxa básica de juros em níveis altíssimos fazia a alegria do rentista ao referenciar suas aplicações de renda fixa.

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Em um passado não muito distante, ganhar 1% por mês era tarefa simples quando a Selic estava em mais de 14% ao ano. Bastava colocar o dinheiro em um título conservador do Tesouro Direto ou então escolher um CDB (Certificado de Depósito Bancário)  que pagasse mais de 100% do CDI.

Pronto. Baixo risco, boa rentabilidade e ainda por cima alta liquidez. O tripé dos sonhos de qualquer investidor era encontrado facilmente em investimentos simples e acessíveis.

Mas isso mudou.  A taxa básica de juros está no menor nível de sua história, de 6,5% ao ano. Quem estava acostumado a ver o dinheiro se multiplicar sem esforço agora tem duas opções: ou se conforma com um rendimento muito menor ou procura produtos mais rentáveis – abrindo mão de liquidez e aceitando correr mais risco.

“Ganhar 1% ao mês em investimentos conservadores já não é mais possível. Aplicações de renda fixa pós-fixadas hoje pagam menos de 0,5% ao mês. O investidor que quiser mais do que isso vai precisar sair da sua zona de conforto”, diz Leandro Santiago, assessor de Investimentos da Habitus Investimentos.

O Tesouro Selic, título mais simples do Tesouro Direto, rende atualmente em torno de 0,42% ao mês – já com o desconto de Imposto de Renda. É praticamente o mesmo retorno de um CDB que paga 100% do CDI.

Como ganhar mais?

Ganhar mais do que isso não é impossível, mas vai demandar mais dedicação em procurar opções rentáveis que estejam dentro do seu perfil de risco.

Para se ter ideia, no ano passado alguns fundos multimercados valorizaram quase 40%. Foi o caso do Vista FIM, que rendeu 38,4% e do CSHG Allocation Miles Acer, que ganhou 33,6%.

Ainda mais arriscados, os fundos de ações trouxeram retornos até mais robustos. O Hayp Fia, da Zenith Asset Management, valorizou 62,6% e o Kapitalo Tarkus ganhou 46,8%.

É claro que acertar quais os fundos terão o melhor desempenho não é simples, mas há gestores que entregam resultados consistentes com mais frequência e merecem ser considerados.

Além disso, o ideal é investir em vários fundos diferentes para pulverizar os riscos e aumentar as chances de uma boa rentabilidade no longo prazo. O investidor que montou uma cesta com bons fundos de investimentos em 2018, por exemplo, provavelmente conseguiu retornos muito maiores que o CDI do período – muitos atingiram o sonhado 1% ao mês.

Além de escolher bons fundos, aplicações de renda fixa um pouco mais “apimentadas” podem ajudar a compor uma carteira balanceada e mais rentável.

“Títulos emitidos por empresas privadas são ótimas alternativas”, diz Wilson Luiz de Lima, assessor de investimentos da Messem Investimentos.

Estes papéis são chamados de debêntures e podem oferecer retornos bem mais altos do que o CDB ou o Tesouro Selic. No entanto, é preciso se atentar ao risco de crédito, já que não há garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

A melhor maneira de se proteger é escolher papéis de empresas maiores e mais sólidas, com boa classificação de risco (rating).

As debêntures também podem ser isentas de Imposto de Renda – neste caso, precisam ser emitidas por empresas que atuam em projetos de infraestrutura.

Segundo Lima, os CRI (Certificado de Recebível Imobiliário) e CRA (Certificado de Recebível do Agronegócio), que também são isentos de IR, seguem como boas alternativas. “Oriento o investidor buscar mais informações sobre os produtos de crédito privado e buscar assessoria de investimentos se quiser entender melhor cada aplicação”, diz.

No fim das contas, se montar uma carteira balanceada e de acordo com seu perfil, o investidor vai conseguir retornos maiores sem correr tanto risco. Com a Selic neste nível, chegou a hora de se mexer!

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip