Para XP, situação com Evergrande não deve gerar riscos a investidores que detêm CDBs e LCAs atrelados a bancos chineses

Segundo Camilla Dolle, da XP, o banco CCB não teve o rating de crédito rebaixado e por enquanto, a situação não inspira riscos

Bruna Furlani

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – A tensão que se espalhou nos mercados mundiais sobre a situação da gigante imobiliária Evergrande e que pode repercutir ainda no mercado bancário chinês acendeu o sinal de alerta de Camilla Dolle, head de renda fixa da XP Investimentos, sobre possíveis impactos também no mercado local de produtos bancários.

A preocupação é porque o China Construction Bank (CCB) – um dos bancos que podem ser afetados pela crise com a gigante Evergrande – possui uma subsidiária no Brasil, que, por sua vez, emitiu alguns títulos de dívida para se financiar no mercado local. As emissões foram focadas essencialmente em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), com os nomes CDB Banco da China e LCA Banco da China.

Embora o problema precise ser monitorado, Dolle disse em relatório divulgado nesta quarta-feira (22) que, por enquanto, os investidores que detém títulos do banco não devem se preocupar porque a situação não inspira riscos.

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“O banco possui rating A1 pela Moody’s e, até o momento, não houve rebaixamento ou mudança de perspectiva indicando deterioração na qualidade de crédito como resultado dos acontecimentos com a Evergrande.”

A analista destacou ainda que o CCB é controlado pelo governo da China e que ele deve fornecer o suporte necessário à instituição financeira em caso de necessidade, evitando maiores problemas para o sistema bancário asiático.

Na última sexta-feira (20), era possível encontrar quatro CDBs do Banco da China disponíveis na plataforma da XP com rentabilidade entre 95,5% do CDI e 100% do CDI, com prazos de vencimento entre seis meses e três anos.

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Havia também quatro opções de LCAs com retornos que variavam entre 92% do CDI e 98% do CDI, também com vencimento entre seis meses e três anos.

Caso Evergrande

Nós últimos dias, a gigante do setor imobiliário chinês ganhou as páginas do noticiário internacional com a suspeita de que a companhia pudesse não honrar o pagamento dos mais de US$ 300 bilhões que possui em dívidas.

A preocupação do mercado, no entanto, era ainda mais profunda. Analistas tentavam entender se havia risco de contágio para outros mercados, caso não ocorresse o pagamento dos juros aos credores bancários que emprestaram dinheiro à companhia.

O ponto, segundo Camila, é que os bancos são parte considerável das dívidas da Evergrande e, caso não recebam seus pagamentos, dado o expressivo volume, pode haver impacto negativo sobre seus próprios balanços.

Apesar dos receios do mercado, a quarta-feira (22) foi de sinalizações mais positivas por conta da informação de que o governo da China possa optar por intervir na companhia.

Além disso, houve o anúncio de que uma unidade da companhia, a Hengda, fará o pagamento de seus títulos domésticos amanhã (23), após acordo.

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