Para BlackRock, mesmo com níveis de preços mais altos das ações, direção das bolsas é para cima

Para a gestora Kate Moore, acesso a informações, bem como ambiente de liquidez e estímulos monetários, contribuem para preços acima da média histórica

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Diante de expectativas otimistas com relação à chegada de uma vacina contra a Covid-19, as bolsas mundiais têm alcançado novas máximas e levado investidores a questionarem se os preços dos ativos já estão caros, ou se ainda há espaço para novas apreciações.

Para Kate Moore, gestora da equipe de alocação global da americana BlackRock, que tem mais de US$ 7 trilhões sob gestão, há uma justificativa para os múltiplos mais altos, que não elimina as oportunidades de investimento.

“Se você levar em consideração que temos mais informações disponíveis hoje, com melhor habilidade para ler o lucro das empresas, bem como um ambiente de liquidez e estímulos monetários, os múltiplos devem estar maiores que historicamente e vamos ter que conviver com eles”, afirmou durante o evento Melhores Empresas da Bolsa, do InfoMoney e do Stock Pickers realizado na noite desta quinta-feira (26).

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A gestora afirma que os bancos centrais ao redor do mundo se comprometeram a oferecer liquidez e suporte, via compra de ativos, novos programas fiscais e monetários, de forma a minimizar os impactos da pandemia, e que há expectativa de continuidade no próximo ano, com efeito sobre os múltiplos das empresas.

Independentemente do preço, Kate diz que segue otimista e comprada nos mercados de ações americano e de países emergentes para 2021, dada a prova de resiliência corporativa das empresas em meio à crise, que conseguiram controlar custos e gerar lucro.

“Tivemos um ano difícil e, mesmo assim, no segundo e no terceiro trimestres, os ganhos [das companhias] vieram melhor que o esperado”, disse.

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A gestora destaca que as empresas que estavam mais caras na Bolsa no início do ano ficaram com preços ainda mais esticados, enquanto aquelas mais descontadas ficaram mais baratas. Os ativos que estavam sendo negociados com um valuation premium, diz, provaram que mereciam os valores mais altos. “Eles geraram lucro e continuaram a crescer mesmo em um ambiente muito desafiador e difícil economicamente.”

E complementou. “Eu não deixo o valuation impedir minhas alocações em ações e não vou deixar que ele me impeça de investir em excelentes modelos de negócios, com boa administração e balanços.”

Novos investidores na Bolsa

Com a Selic no menor patamar histórico, o investidor pessoa física, que por muito tempo ficou confortável na renda fixa, tem se movimentado para o mercado de ações de forma a encontrar melhores retornos. No ano, a base de investidores na B3 registra alta de 87,2%, para 3,1 milhões de contas.

Aos novos investidores brasileiros de renda variável, Kate sugere começar pela exposição via índices, como ETFs (fundos de índice). Depois dessa etapa, o investidor pode partir para investimentos de gestão ativa, afirmou.

Segundo ela, em vez de ficar preso na análise de valuation, o investidor deve se concentrar em outros elementos mais importantes.

Um deles é entender o modelo de negócios da empresa e se ela oferece uma oportunidade de crescimento ou, no mínimo, de estabilidade.

“Em uma era de juros extremamente baixos, os balanços das empresas estão muito mais saudáveis do que já foram no passado, uma vez que os gastos são menores. Mas é preciso ver se a empresa está administrando o caixa e as dívidas corretamente”, afirmou.

Kate chamou atenção ainda para a importância de se analisar a gestão por trás da empresa, de forma a entender a visão de mundo dos líderes, e se são inovadores ou estão apenas tentando se manter no mercado.

“Entendo que os investidores brasileiros tiveram a oportunidade de altos retornos na renda fixa por algum tempo, mas o mercado agora está mais dinâmico e oferece oportunidades mais interessantes em vias melhores [de retorno], como tecnologia, consumo e saúde”, disse.

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