Ouro se aproxima de US$ 1.900 e Mobius recomenda “comprar agora”

Sinais crescentes de que a prolongada pandemia está paralisando a recuperação e a escalada das tensões entre EUA e China reforçam o apelo do metal precioso

Bloomberg

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(Bloomberg) — O ouro se aproximou de US$ 1.900 a onça, mais perto do recorde registrado há quase nove anos, em meio às tensões políticas e preocupação sobre o crescimento global que impulsionam a demanda por ativos seguros.

Sinais crescentes de que a prolongada pandemia de coronavírus está paralisando a recuperação econômica e a recente escalada das tensões entre EUA e China reforçam o apelo do metal precioso. O ouro caminha para o sétimo ganho semanal, o maior período de valorização desde 2011, enquanto a prata está perto da maior alta semanal em cerca de quatro décadas.

Taxas de juros reais negativas, dólar mais fraco, impacto do custo econômico da crise de saúde e incertezas geopolíticas podem levar ambos os metais preciosos ao maior ganho anual em uma década. O UBS elevou a previsão de curto prazo para o ouro, que segundo o banco deve atingir US$ 2.000 a onça até o final de setembro, citando as qualidades do metal como diversificador em um cenário de juros baixos.

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Fundos de metais preciosos registraram entradas de investimento de US$ 3,8 bilhões na semana até 22 de julho, o segundo maior valor semanal de todos os tempos, disseram estrategistas do Bank of America com base em dados da EPFR Global.

“Quando as taxas de juros são zero ou quase zero, o ouro é um veículo atraente, porque você não precisa se preocupar em não obter juros sobre seu ouro. E vê que o preço do ouro vai subir à medida que a incerteza nos mercados aumentar”, disse Mark Mobius, cofundador da Mobius Capital Partners, em entrevista à TV Bloomberg. “Eu compraria agora e continuaria comprando”, porque o ouro “está indo bem”, afirmou.

O ouro à vista subiu 0,4%, para US$ 1.894,82 a onça às 8:54 em Londres. Os preços atingiram US$ 1.898,34 na quinta-feira, perto do recorde de US$ 1.921,17 em setembro de 2011. A prata à vista avançou 0,5%, para US$ 22,7047 a onça, perto do maior ganho semanal desde 1980.

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Na frente geopolítica, o secretário de Estado dos EUA, Michael Pompeo, taxou líderes da China de tiranos que buscam a hegemonia global. Seus comentários seguiram a inesperada ordem dos EUA para que a China fechasse seu consulado em Houston, alegando anos de espionagem direcionada pelo complexo diplomático. O governo de Pequim negou as acusações e, na sexta-feira, ordenou que os EUA fechassem seu consulado na cidade de Chengdu, no sul da China.

Também nos radares dos investidores está a perspectiva de novas medidas de política fiscal e monetária, pois o caminho para a recuperação econômica permanece incerto. Nesta semana, líderes da União Europeia fecharam um acordo para um pacote de estímulo sem precedentes no valor de 750 bilhões de euros, enquanto o Federal Reserve se reúne na próxima semana para decidir se serão necessárias mais medidas de estímulo.

Embora haja mais necessidade do que nunca de manter os gastos dos governos, o dinheiro extra sendo impresso provavelmente levará investidores a aumentarem a exposição ao ouro, disse Jake Klein, presidente do conselho da Evolution Mining, em entrevista à TV Bloomberg.

“Há boas razões para acreditar que vamos bater esse recorde”, disse Klein, referindo-se aos preços. “O ouro ainda tem um longo caminho a percorrer, e os preços serão fortes.”

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