Otimistas, mas nem tanto: como gestores estão se posicionando na América Latina

Pesquisa revela que 56% dos gestores estimam que o Ibovespa estará acima dos 130 mil pontos em dezembro

Mariana Zonta d'Ávila

SÃO PAULO – Investidores começam 2020 com expectativas mais contidas em relação ao desempenho da Bolsa brasileira ao longo do ano. É o que mostra a última pesquisa de confiança “LatAm Fund Manager Survey”, elaborada pelo Bank of America com gestores de recursos.

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De acordo com o levantamento, embora 76% dos entrevistados acreditem que as ações brasileiras vão se valorizar nos próximos seis meses, 56% estimam que o Ibovespa estará “apenas” acima dos 130 mil pontos em dezembro. Esse patamar implicaria alta de 9,4% em relação ao último preço de fechamento.

Confira a seguir onde estão situadas as projeções dos gestores para o Ibovespa ao fim de 2020 hoje, em comparação com as previsões feitas em dezembro:

Na América Latina, o banco destaca que somente 44% dos gestores pretendem aumentar a alocação em ações, ante 52% no mês anterior. Entre os setores da bolsa preferidos estão os de consumo discricionário, de finanças, materiais básicos e industriais.

A porcentagem de investidores que disseram estar tomando um risco maior do que o normal no portfólio, contudo, dobrou em relação ao mês passado, para 40%. O resultado está acima da média histórica do levantamento, de 22%.

Da mesma forma, a fatia de investidores que dizem estar adotando alguma forma de proteção contra uma forte queda no mercado de ações caiu da máxima de 48%, alcançada em dezembro, para 28%.

Brasil e a retomada econômica

Além de cortes na taxa básica de juros, os gestores consultados esperam uma aprovação da reforma tributária ainda no segundo semestre, com o Brasil recuperando seu grau de investimento nos próximos dois anos.

Com relação à Selic, a maioria estima ao menos um novo corte, trabalhando com uma expectativa de juros igual ou abaixo de 4,25% ao fim do ano. Já as previsões para a cotação da moeda americana tiveram alta, para a faixa de R$ 4,01 e R$ 4,20 até dezembro. No último mês de 2019, a maioria previa o dólar entre R$ 3,81 e R$ 4,0.

Questionados sobre os fatores mais efetivos para estimular a volta do crescimento no país, a maioria respondeu que o retorno do investimento do setor privado será o principal, seguido pelas privatizações e pelas concessões.

A pesquisa do BofA com foco na América Latina foi elaborada entre os dias 10 e 15 de janeiro e entrevistou 25 gestores, responsáveis pela administração de recursos no valor aproximado de US$ 56 bilhões.

Cenário Macroeconômico

Passada a tensão em torno da guerra comercial entre China e EUA, com a assinatura do acordo comercial entre as duas potências econômicas, o principal risco para os mercados em 2020 recai sobre uma eventual desaceleração dos Estados Unidos. O movimento estaria associado ao fato de ser ano eleitoral no país, com a disputa pela presidência.

A percepção faz parte do levantamento “Global Fund Manager Survey”, do qual participaram 249 gestores, com US$ 739 bilhões sob gestão. A pesquisa foi feita durante os dias 9 e 16 de janeiro e ainda revela que o apetite ao risco está em seu maior patamar desde março de 2018.

De acordo com o BofA, 32% dos entrevistados estão com posição overweight (acima da média, ou equivalente à compra) em ações, o maior nível em 17 meses. Em bonds (títulos de renda fixa), 46% estão com posição underweight, isto é, abaixo da média do mercado.

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