Otimismo com a Bolsa cai ao menor nível desde 2018, mostra pesquisa do BofA com gestores de fundos

Entre os maiores riscos, entrevistados citam deterioração fiscal descontrolada, eleições do próximo ano, além de impactos da China e das commodities

Mariana Zonta d'Ávila

Ações em queda (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – Um ambiente doméstico mais desafiador, com juros caminhando para dois dígitos, pressão inflacionária e aumento dos riscos fiscais tem contribuído para uma maior cautela de gestores em relação à renda variável brasileira.

De acordo com a pesquisa “LatAm Fund Manager Survey”, do Bank of America (BofA), apenas 21% dos investidores esperam que as ações tenham desempenho superior às outras classes de ativos no Brasil nos próximos seis meses – o menor nível desde o início da pesquisa, em março de 2018.

Entre os maiores riscos para os ativos brasileiros, os entrevistados citam uma deterioração fiscal descontrolada, as eleições do próximo ano, além de impactos da China e das commodities. Na edição deste mês, o levantamento do banco americano ouviu 29 gestores com cerca de US$ 71 bilhões em ativos sob gestão.

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Diante da forte alta da inflação, dois terços dos entrevistados pelo BofA esperam uma taxa básica de juros de dois dígitos ao fim do próximo ano, entre 10% e 10,75% ao ano. Segundo 65%, os juros neste patamar podem prejudicar o fluxo de entrada de recursos no mercado de ações. A Bolsa local, contudo, já tem visto, há dois meses, saídas de recursos em meio ao maior sentimento de aversão ao risco.

Assim como no levantamento de outubro, a maior parte dos gestores (cerca de 45%) esperam que o Ibovespa encerre o ano negociado entre 110 mil e 120 mil pontos. A projeção representa um potencial de alta de quase 13% em relação ao fechamento do último pregão.

Os principais motores para o desempenho das ações brasileiras em 2022, segundo a pesquisa, recaem sobre uma maior visibilidade – e continuidade – das políticas econômicas e da agenda de reformas no país.

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Com relação ao desempenho da economia brasileira, a maioria (41%) dos gestores consultados projeta crescimento de até 1% em 2022, uma piora em relação ao mês anterior, quando cerca de 60% previam expansão de até 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

América Latina

Um maior sentimento de cautela com a renda variável é visto de forma geral na América Latina. De acordo com o levantamento do BofA, 27% dos investidores da região planejam ampliar sua alocação em ações nos próximos seis meses, abaixo da média histórica da pesquisa, de 35%.

Entre os maiores riscos para os mercados da América Latina, aparecem o cenário político na região, seguido um possível erro de política monetária por parte do Federal Reserve, o banco central americano.

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Entre as maiores posições overweight (acima da média do mercado) nas carteiras dos gestores, aparecem setores de finanças, energia e materiais. Já as maiores posições underweight (abaixo da média) estão em materiais, comunicações e utilities.

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