Os FIIs mais recomendados pelos analistas para comprar em julho; BRCO11 lidera pelo 11º mês e HGCR11 amplia preferência

Corretoras fazem poucas mudanças nas carteiras em relação ao mês passado

Márcio Anaya

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Após três meses consecutivos de ganhos, o Índice de Fundos Imobiliários (Ifix) caiu 0,88% em junho e terminou o primeiro semestre no negativo, com perda acumulada de 0,33%. No mesmo intervalo, o Ibovespa registrou desvalorização de 6%.

Para julho, houve apenas duas mudanças nas recomendações feitas pelas casas de análise monitoradas pelo InfoMoney, o que não alterou a lista dos fundos imobiliários mais citados, mas consolidou o CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11) no segundo lugar, de forma isolada, com seis apontamentos.

A primeira posição permanece com o Bresco Logística (BRCO11) – agora pelo 11º mês seguido –, que sustentou as oito indicações recebidas em junho.

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Todos os meses, o InfoMoney traz os cinco produtos mais recomendados nas carteiras elaboradas por dez corretoras. Em caso de empate, são escolhidos aqueles com maior volume médio de negociação nos últimos 12 meses, com base em dados da plataforma de informações financeiras Economatica.

Confira a seguir os fundos imobiliários preferidos pelos especialistas para julho, o número de apontamentos e a rentabilidade de cada papel no mês passado, no acumulado do ano e nos últimos 12 meses:

Ticker Fundo Segmento Recomendações Retorno em junho (%) Retorno em 2022 (%)  Retorno em 12 meses (%)
BRCO11 Bresco Logística Logística 8 -0,68 5,77 -0,89
HGCR11 CSHG Recebíveis Imobiliários Recebíveis 6 0,58 14,29 6,29
BTLG11 BTG Pactual Logística Logística 5 -1,26 2,63 -2,23
TRXF11 TRX Real Estate Renda Urbana 5 0,49 5,54 2,23
KNCR11 Kinea Rendimentos Imobiliários Recebíveis 4 0,53 23,61 5,62
Ifix -0,9 1,5 0,2

OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos e a cotação do dia 30/06/2022.

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Fontes: Economatica e corretoras (Ativa Investimentos, BTG Pactual, Genial, Guide, Mirae Asset, Órama, Itaú BBA, Santander e Rico, BB Investimentos)

Bresco Logística (BRCO11)

O Bresco Logística aparece em oito portfólios de fundos imobiliários e, com isso, segue neste mês como o mais indicado pelas corretoras acompanhadas pelo InfoMoney.

Em junho, o produto aumentou o patamar de distribuição de rendimentos, para aproximadamente R$ 9,6 milhões, como observa a BB Investimentos. Em relatório, a instituição afirma que o montante equivale a R$ 0,65 por cota – um yield (retorno) anualizado de cerca de 7,8%, com base no valor de mercado.

Para este mês, o BRCO11 já anunciou a elevação do pagamento para R$ 0,77 por cota, destaca a corretora.

CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11)

Com seis indicações – uma a mais em relação ao último acompanhamento –, o CSHG Recebíveis Imobiliários ocupa sozinho o segundo lugar entre os destaques de julho.

O HGCR11 estreou neste mês no portfólio recomendado pelo BTG Pactual, com peso de 5%. De acordo com o banco, a inclusão ocorreu para aumentar a diversificação da carteira selecionada e aumentar a exposição a operações indexadas ao CDI.

Em sua análise, o BTG destaca que a fatia relevante de contratos atrelados ao CDI representa uma vantagem ao CSHG Recebíveis diante do cenário de elevação nas taxas de juros.

A instituição cita ainda a estratégia de alocação do fundo em ativos de perfil misto (alto e médio, em termos de análise de crédito), “o que permite a entrega de resultados superiores sem necessariamente incorrer em riscos maiores”, e a oportunidade de realizar aquisições em um momento propício de mercado, já que possui recursos em caixa.

Pelos cálculos do banco, o retorno com dividendos do produto deve ficar em aproximadamente 13% nos próximos 12 meses.

A BB Investimentos também recomenda o HGCR11 e lembra que, no mês passado, o fundo anunciou a distribuição de cerca de R$ 16,9 milhões em dividendos, ou R$ 1,15 por cota, o que equivale a um retorno de 1,08% no mês – ou 13% em termos anualizados, pelas contas da corretora.

Para julho, o CSHG Recebíveis informou que elevará o pagamento para R$ 1,20 por cota e, conforme o BB, esse movimento pode continuar. “Caso o cenário macro traçado pelo gestor se concretize, o fundo deve observar novas elevações no patamar de distribuição ao longo dos próximos meses.”

BTG Pactual Logística (BTLG11)

O fundo registra cinco recomendações em julho e aparece em terceiro lugar, empatado com o TRX Real Estate.

Em sua análise sobre o BTG Pactual Logística, a Guide Investimentos diz enxergar um “valor reprimido” nos ativos do portfólio e lembra que o segmento logístico tem apresentado, desde o início da pandemia, o perfil mais defensivo entre os ramos imobiliários. “Acreditamos nos fundamentos do setor e gostamos da resiliência que tem apresentado.”

A corretora destaca que o BTLG11 possui atualmente 15 galpões em sua carteira, localizados principalmente no Sudeste, com maior exposição ao segmento alimentício.

“O fundo conta com 52% dos seus contratos atípicos e com inquilinos de grande relevância nacional e baixo risco, como BRF, Femsa, Itambé e Natura”, afirma a instituição.

Os acordos “atípicos” são aqueles fechados entre as partes com cláusulas diferentes dos instrumentos de locação comuns. Com isso, costumam ter prazo maior e, em geral, oferecem mais segurança quanto ao risco de vacância e previsibilidade de receita do aluguel.

No relatório deste mês, a Guide calcula em 8,6% o retorno com dividendos anualizado do BTG Pactual Logística.

TRX Real Estate (TRXF11)

Novidade no mês passado, o fundo se manteve em julho em cinco portfólios indicados por analistas.
Recentemente, o TRX Real Estate anunciou uma oferta restrita de cotas com o objetivo de levantar até R$ 80 milhões, que serão destinados à aquisição de ativos imobiliários.

“Além disso, o gestor se mostrou aberto a outras alternativas para captação de recursos, como eventuais vendas de ativos maduros da carteira e até mesmo securitização de recebíveis (como nas operações de GPA e Assaí)”, comenta a Órama Investimentos.

A instituição lembra que o TRXF11 possui um portfólio voltado principalmente para o setor de varejo, diversificado em 48 imóveis, localizados em 33 cidades e 13 estados.

No dia 14 de julho, o fundo distribuirá um rendimento equivalente a R$ 1,05 por cota e, segundo relatório gerencial relativo a maio, a meta de pagamento mensal para o restante do ano é de R$ 0,85 por cota.

Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11)

O Kinea Rendimentos é recomendado por quatro corretoras e encerra a lista de destaques do mês.
Em relatório, Maria Fernanda Violatti, analista da XP que assina a carteira de fundos imobiliários da Rico, lembra que a expectativa é de aumento do juro básico (Selic) para 13,75% ao ano, o que pode favorecer o produto.

“Entendemos que o KNCR11 se beneficia desse cenário, dada sua alta exposição a ativos atrelados ao CDI”, explica a especialista.

Ela destaca também a estratégia recente do gestor do produto, que optou por realizar, provisoriamente, operações compromissadas reversas lastreadas em certificados de recebíveis imobiliários (CRIs).

“Tais instrumentos permitem uma alocação maior de recursos em CRI, o que contribui para aumentar o retorno do fundo, mas em especial proporciona maior flexibilidade e velocidade de alocação dos recursos das emissões de cotas”.

O BTG também possui o KNCR11 em seu portfólio do mês e, da mesma forma, chama atenção para a fatia relevante do patrimônio (83,3%) formado por CRIs indexados à variação do CDI.

“Em termos dos devedores, o fundo possui exposição a grandes empresas, como Petrobras, BR Malls, Cyrela, MRV, JHSF, sendo as maiores posições atreladas aos segmentos de escritórios corporativos, shoppings centers e residencial”, diz o banco.

O que observar em julho

O mercado aguarda para a próxima sexta-feira (08.07) a divulgação do índice oficial de inflação do país (IPCA) relativo a junho. A prévia do indicador (IPCA-15) no período mostrou alta de 0,69%, ante variação de 0,59% em maio. No acumulado de 12 meses até junho, o avanço do IPCA-15 alcança 12,04%.

O resultado compõe o rol de expectativas quanto à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na primeira semana de agosto, que discutirá o rumo da Selic. Nos relatórios de julho, Itaú BBA, BB Investimentos e BTG Pactual dizem esperar uma nova elevação de 0,5 ponto percentual na taxa, para 13,75% ao ano.

Já o IGP-M, conhecido como a “inflação do aluguel”, variou 0,59% em junho (ante 0,52% no mês anterior) e acumula alta de 8,16% no ano e de 10,70% em 12 meses.

Outro foco de atenção é o comportamento do Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), que subiu 2,81% em junho – puxado pela mão de obra, com incremento de 4,37% no período –, ante 1,49% em maio. Em 12 meses, até o mês passado, a alta do indicador é de 11,75%.

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Márcio Anaya

Jornalista colaborador do InfoMoney