Olhar gráficos pode complementar a análise fundamentalista, diz economista

O investidor de longo prazo deve primeiro seguir a análise fundamentalista e ver se os valores condizem com o preço das ações no mercado, diz o economista Ricardo Torres

Gabriella D'Andréa

3D blue background with abstract stock diagrams

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SÃO PAULO – Olhar os gráficos das cotações ou analisar os fundamentos de uma empresa? Essa dúvida é muito recorrente, principalmente para os iniciantes da bolsa de valores“A análise gráfica, ou técnica, é mais utilizada para dar o timing da ação em operações de curto prazo ”, aponta o educador financeiro André Massaro. “É uma ferramenta relativamente fácil de aprender e pode ser aplicada em várias ações simultaneamente, mas é um pouco rejeitada no meio profissional, pois as instituições possuem vários especialistas que estudam as empresas mais a fundo e elas costumam operar com uma visão de longo prazo”, diz.

Já o economista e diretor da Norfolk Advisors, Ricardo Torres, aponta que a análise técnica pode, em muitos casos, complementar a análise fundamentalista. “O investidor de longo prazo deve seguir a análise fundamentalista e ver se os valores condizem com o preço das ações no mercado. Depois é interessante descobrir a liquidez dessa ação e se aprofundar nas informações que compreendem a empresa. E por último, ele pode utilizar a análise gráfica para consolidar o que foi decidido na análise fundamentalista”, diz.

Para o especialista, utilizar somente os gráficos não possibilita ao investidor absorver todo o potencial de ganho que a ação possui. A escola técnica deve ser aplicada no último momento da análise para saber em qual ciclo ela se encontra, isso é, de baixa ou de alta. Além disso, Torres aponta que os gráficos só demonstram o que já aconteceu e não esboçam um cenário futuro. Para saber o que deve acontecer é preciso acompanhar o constante fluxo de notícias da empresa e da economia de maneira geral.

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Na opinião de Massaro, a escola gráfica é mais fácil de ser utilizada, enquanto a fundamentalista requer maior conhecimento por parte do investidor, devido às informações constantes que são produzidas e demanda mais tempo, o que muitos não possuem. “É por isso que ela é mais comum no meio dos profissionais e a técnica é mais utilizada pelos investidores comuns”, analisa.

O que cada uma analisa
No caso da análise gráfica, o investidor olha os sinais que o próprio mercado emite através dos gráficos que apresentam a relação oferta-demanda das ações e que apontam os melhores pontos de saída e de entrada com as ferramentas chamadas de suporte e resistência.

Essa escola parte da premissa de que todos os eventos ocorridos que afetam a ação são precificados pelo mercado no processo de negociação que determina o preço do papel.

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Já a análise fundamentalista leva em consideração fatores macro e microeconômicos para determinar o preço justo de uma ação. Pontos como inflação, câmbio, juros, concorrentes da empresa, qualidade dos produtos, quantidade vendida e produzida e balanço patrimonial entram nessa análise, passando também por finanças internacionais até ciências políticas e econômicas.