Os Fiagros (fundos de investimento em cadeias agroindustriais) ultrapassaram a marca de R$ 7 bilhões levantados em 2023, mostram dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Segundo o levantamento, até setembro, o volume alcançado é de R$ 7,2 bilhões.
Marca foi alcançada após alta de 36,6% no volume de emissões no mês de setembro. Nesse mês, sete Fiagros levantaram R$ 1,1 bilhão em ofertas públicas, contra R$ 779 milhões em agosto.
A captação líquida dos Fiagros – diferença entre aportes e resgates – também voltou a crescer com mais força. De R$ 26, 2 milhões líquidos em agosto, saltou para R$ 152,9 milhões no mês seguinte.
O movimento vem na esteira de uma forte adoção do produto por pessoas físicas. Segundo a Anbima, do total de ofertas públicas de Fiagros realizadas em setembro, 77,5% foram puxadas por esse perfil de investidor. O restante ficou dividido entre investidores institucionais (3,6%), intermediários e demais participantes ligados à oferta (8,5%). Fundos de investimento ficaram com 10,4%.
Dos sete fundos com ofertas em setembro, três foram Fiagros-FII (fundo imobiliário) e outros quatro Fiagro-FIDC (fundo de investimento em direitos creditórios). Além desses, há atualmente outro tipo de Fiagro, de fundos de investimento em participações (FIPs). Mas uma quarta variante pode estar a caminho.
Na terça-feira (31), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apresentou uma proposta de “Fiagro multimercado”, que poderia alocar em tipos diferentes de ativos, o que atualmente não é permitido. Nessa modalidade, a carteira poderia ser composta por menos de um terço de imóveis rurais, direitos creditórios ou participações em companhias fechadas ou sociedades limitadas.
“É necessário ter essa regra porque o Fiagro multimercado tem um escopo de atuação possível mais amplo do que um FII, FIP, ou FIDC, isoladamente. É como se fosse um mix dos três no mundo do agronegócio”, explica José Alves Ribeiro Jr, sócio de mercado de capitais do VBSO Advogados.
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