Oaktree, Bridgwater, Acadian: Gama traz os fundos dos investidores mais badalados do mundo para o Brasil

Sócio da HMC Itajubá e CEO da Gama, braço de feeder funds, Bernardo Queima fala ao podcast Outliers das vantagens da diversificação global até na renda fixa

Clara Sodré

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De início pode parecer um tanto quanto complexo entender a atuação da HMC Itajubá no Brasil, por adotar um modelo de atuação diferente das gestoras tradicionalmente conhecidas pelo mercado. Por outro lado, Bernardo Queima, sócio da empresa e convidado do episódio 68 do podcast Outliers, conta de forma simplificada que o cotidiano do grupo é fornecer um serviço comercial para gestores internacionais, trazendo para o Brasil grandes nomes da gestão global.

O braço de gestão de feeder funds do grupo, a Gama Investimentos, da qual Queima é CEO, basicamente é uma estrutura que investe em fundos renomados globalmente, com o intuito de oferecer essas estratégias no Brasil. Queima conta que para tal é necessário replicar ao máximo as estratégias do exterior, promovendo ao investidor local soluções que podem diversificar a carteira de investimentos de forma facilitada.

O executivo conta que o grupo representa quatro grandes nomes globais no Brasil: Oaktree, Bridgewater, Man e Acadian. Ainda de acordo com o gestor, são mais de 100 pessoas atuando em São Paulo, Santiago, Lima, Bogotá, além do México, além dos escritórios de originação em Londres e Nova York.

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Renda fixa no mundo

Queima destaca o tamanho do mercado de crédito redor do mundo – que, diferentemente do mercado brasileiro, possui maior liquidez e promove a criação de instrumentos que não são encontrados no Brasil. Créditos securitizados, ligados à construção civil e papéis de alta qualidade de crédito são alguns exemplos de estratégias.

O gestor reforça que existem muitas opções de alocação que possibilitam diversificação, fontes alternativas de geração de alfa (excesso de retorno) e liquidez para a carteira do investidor. Para tal, Queima destaca a profundidade de mercado, sendo um fator atrativo para se analisar na escolha da renda fixa para o portfólio.

Queima conta que na busca por oferecer as melhores soluções e produtos para complementar o portfólio dos brasileiros, a Gama buscou no mercado global um fundo flexível, adaptável e que se encaixasse bem no portfolio dentro da classe de renda fixa global. Como resultado, trouxe para o Brasil o Oaktree Global Credit, um fundo multiestratégia de crédito da Oaktree, gestora liderada pelo renomado investidor Howard Marks. “Não tenho dúvidas que o portfólio vai ser muito mais robusto”, diz.

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Olhar para diversas “caixinhas de crédito” no mercado desenvolvido, ainda de acordo com Queima, beneficia a diversificação da carteira. Por outro lado, dentre as desvantagens, a distância, a falta de conhecimento e a limitação de acesso dos investidores brasileiros os distanciam dos mercados internacionais.

Renda fixa nem tão fixa assim

Uma das principais dificuldades dos investidores brasileiros é compreender que a volatilidade da renda fixa global se assemelha à da renda variável. Queima reforça que apesar de muitos enxergarem as variações de preços como um fator negativo, do ponto de vista estrutural, a volatilidade está relacionada com o que chama de profundidade do mercado – um elemento positivo.

“O mesmo fator que faz a renda variável ir bem é o que afeta a qualidade de crédito do mercado”, diz. Levantando as diferenças em relação ao horizonte e estrutura das classes de renda fixa e renda variável global, Queima aponta ser importante que o investidor tenha compreensão dos fatores que impactam essas oscilações, e se atenham a uma alocação de longo prazo, pensando no vencimento proposto para o título em questão.

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Em relação ao cenário atual, Queima conta que a postura defensiva do fundo Oaktree conseguiu prover resiliência em meio ao cenário de extrema volatilidade que tomou os mercados no primeiro semestre de 2022. “A renda fixa lá fora pode complementar a carteira de renda fixa brasileira”, diz.

O Outliers é apresentado por Samuel Ponsoni, gestor de fundos da família Selection na XP, e Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP.

A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por SpotifyDeezerSpreakerApple e demais agregadores de podcasts. Além disso, o podcast também está disponível no formato de vídeo no canal da XP no Youtube.