O halving do Bitcoin já está precificado? Veja o que esperar a dias do evento

Criptomoeda rompeu sua máxima histórica antes do evento previsto para este mês, algo visto como incomum

Equipe InfoMoney

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O Bitcoin (BTC) ameaçou nesta semana testar mais uma vez a sua máxima histórica, de mais de US$ 73.000, mas sem sucesso. A criptomoeda registra seu segundo dia seguido de queda, em movimento que ganhou força após o novo dado de inflação ao consumidor nos Estados Unidos vir acima do esperado. As perdas ocorrem dias antes do halving, esperado para a próxima semana, que cortará pela metade a taxa de inflação do ativo digital.

Na curta história da criptomoeda, os halvings sempre foram sinônimo de novas disparadas de preço. Mas, será que desta vez será diferente, e o evento já está precificado?

Um fator contra a tese é a persistência do Bitcoin apesar do recuo na semana. Embora tenha caído das máximas, ainda é negociado a cerca de US$ 69.000 por volta das 14h30, apenas 6% abaixo do topo. Considerada a volatilidade intrínseca ao mundo cripto, é pouco.

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Por outro lado, é possível dizer, no mínimo, que o comportamento do Bitcoin já não está repetindo o visto em eventos anteriores. A criptomoeda acumula alta de 460% das mínimas atingidas em 2022, e sobe 55% apenas este ano, em decolagem que fez a criptomoeda romper sua máxima de US$ 69.000 antes mesmo do halving, algo visto como incomum.

Precificado (em parte)

Para o CEO da Marathon Digital Holdings, a maior mineradora de Bitcoin do mundo, o movimento acelerado do Bitcoin está ligado à aprovação dos ETFs da criptomoeda nos EUA. Na sua opinião, os veículos de investimentos anteciparam uma alta que, em outras condições, teria demorado mais para acontecer.

“Acho que a aprovação dos ETFs, que foram um grande sucesso, atraiu capital para o mercado e essencialmente trouxe à tona o que poderia uma valorização que normalmente teríamos visto três a seis meses após o halving”, disse Fred Thiel, CEO da Marathon, em entrevista à Bloomberg na terça-feira (8). “

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Nos três halvings anteriores, o preço do Bitcoin subiu principalmente nos meses seguintes ao evento. Mas, por conta dos ETFs, segundo Thiel, parte do rali do Bitcoin em decorrência do halving já estaria precificado. “Acho que já estamos vendo parte disso agora e [o ETF] aumentou parte da demanda.”

Para analistas da Coinbase, maior corretora de ativos digitais dos EUA, o rompimento da máxima histórica antes do halving pode ser um indicativo de que o evento já foi precificado por traders experientes. Por outro lado, em relatório recente, lembram que “a crença coletiva de que o halving poderá fazer o preço subir poderá resultar num comportamento de recuperação”.

Bitcoin vai ou não subir com o halving?

Em análise recente para o InfoMoney, o analista técnico Fernando Pereira, da corretora de criptoativos Bitget, afirmou que via o Bitcoin recuando 30% da máxima histórica nos dias próximos ao halving, o que levaria o preço para próximo de US$ 52 mil, falou.

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A falta de força do Bitcoin vem sendo atribuída à maior estabilização da captação dos ETFs americanos. No entanto, para Manuel Villegas, analista de ativos digitais da Julius Baer, os efeitos negativos estariam apenas no curto prazo. “No médio e longo prazos, acreditamos que o desequilíbrio entre a oferta e demanda continuará a impulsionar o preço [do Bitcoin], em particular após o halving“.

Thiel, da Marathon, também está de olho no desempenho da criptomoeda nos próximos meses – a sobrevivência do seu negócio, afinal, depende disso. “O halving reduzirá a oferta de Bitcoin para cerca de 450 unidades por dia, o que provavelmente terá um pequeno impacto nos preços”, disse Thiel. “Mas, como mineradores, estamos muito entusiasmados com o evento.

Já a Coinbase prefere adotar mais cautela: “Embora seja possível que o halving possa ter um impacto positivo no desempenho do Bitcoin, ainda há poucas evidências históricas sobre essa relação, tornando-a um tanto especulativa”.

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(Com Bloomberg)