“O ambiente é bom e é para estar no risco”: entenda por que a SPX está tão otimista com 2021

Sem enxergar riscos extremos no radar, gestora conhecida por viés mais pessimista que a média aposta em ações e commodities em alta com dólar fraco

Lucas Bombana

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SÃO PAULO – O otimismo que tomou conta do mercado nas últimas semanas parece ter contagiado até mesmo aqueles investidores que geralmente preferem um tom menos entusiasmado que a média.

Na primeira carta aos investidores do ano referente ao multimercado Nimitz, a SPX Capital, gestora de Rogério Xavier conhecida pelo viés mais pessimista que costuma carregar frente aos pares, se mostrou bastante animada com as perspectivas para os ativos de maior risco em 2021.

O início da vacinação contra a Covid-19 somada aos juros baixos e à liquidez abundante, bem como a retomada econômica global puxada pela Ásia, tornam o balanço de riscos traçado para 2021 bem mais favorável se comparado com o observado alguns meses atrás, escrevem os gestores na carta.

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Embora a pandemia ainda esteja longe de uma solução definitiva, eles lembram que a imunização tem servido para acalmar os agentes econômicos. “No mais, a pauta está limpa e os riscos extremos estão afastados”, assinalam os especialistas da SPX aos cotistas, em referência a importantes eventos geopolíticos que ficaram sob os holofotes dos investidores globais ao longo de 2020 e que começam a ser deixados para trás, como as eleições nos Estados Unidos e o Brexit.

“Ou seja, o ambiente é bom e é para estar no risco”, diz uma empolgada SPX no documento. Nesse sentido, a gestora trabalha com um cenário base para 2021 de dólar fraco, com ações e commodities em alta.

Um cenário, portanto, bastante benigno para os mercados, escreve a gestora, que, por conta disso, carrega posições vendidas no dólar, que apostam na desvalorização da moeda americana contra uma cesta de divisas.

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No mercado internacional, a SPX segue comprada (com aposta na alta) em setores cíclicos nos Estados Unidos. Além disso, uma posição em mercados emergentes foi acrescida à carteira global.

Dever de casa

Na Bolsa brasileira, a preferência recai sobre empresas de utilities, consumo, mineração e óleo e gás.

Apesar do tom mais otimista que predominou na maior parte da carta, quando se dedica ao Brasil, a gestora se mostra bem menos entusiasmada.

A falta de atitude, seja do Congresso ou do Executivo em encaminhar e votar as reformas estruturais, deixa o país em situação vulnerável, escreve a SPX. “É claro que o vento a favor externo nos ajuda, mas precisamos aproveitar essa ajuda e fazer nosso dever de casa.”

Em 2020, o multimercado Nimitz rendeu 8,05%, contra 2,77% do CDI. Curiosamente, os ganhos se devem em grande medida justamente a uma postura mais cautelosa da SPX durante o ano passado.

“A SPX estava preparada para este evento [pandemia] ? Bom, se eu disser que estava, não seria correto, mas se você perguntar: a SPX sempre está preparada para o pior? Diria que sim”, diz a carta da gestora.

Já entre os produtos de renda variável, o desempenho ficou abaixo da valorização de 2,9% do Ibovespa em 2020. O fundo de ações long bias Falcon rendeu 1,4% no ano passado, influenciado pela queda de 20% em março. No caso do long only Patriot, que chegou a perder quase 27% no mês mais agudo da crise, a rentabilidade ficou negativa em 0,9%.

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