Nova estratégia de alocação da XP propõe três pilares na busca pela “carteira ideal”

Maior colaboração entre equipes de Advisory, Research e Alocação garante maior customização aos clientes, segundo CIO da XP Investimentos

Camille Bocanegra

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A XP Investimentos apresentou nesta quarta-feira (3) uma nova estratégia de alocação que busca “juntar cérebros” na customização do portfólio de cada cliente. Segundo Artur Wichmann, CIO da XP Investimentos, o capital humano já presente na companhia demandava e possibilitava a integração de áreas para garantir essa nova estratégia.

A mudança ocorreu há cerca de um ano, promovendo maior colaboração entre a XP Advisory (núcleo da XP Asset), o Research da XP (divisão de análise de ativos da corretora) e a equipe de Alocação XP. Na prática, a presença de profissionais de diferentes áreas de conhecimento permite a construção de portfólios que asseguram a melhor adequação às necessidades dos clientes.

Perfis e bandas

Além da divisão clássica em três perfis (conservador, moderado e agressivo), criada para quantificar em pontuação o grau de tolerância ao risco dos investidores, foi desenvolvido o conceito de “bandas”, que garantem maior flexibilidade na alocação por classe de ativo. “Com três perfis e as bandas, é possível criar 12 milhões de portfólios”, afirma Wichmann.

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“Dentro de cada banda, o portfólio mantém um retorno ajustado ao perfil do cliente, dentro da fronteira eficiente”, explica Rodrigo Sgavioli, sócio e head de alocação da XP.

O mecanismo também permite reduzir o risco de perda de eficiência de custo com vendas aceleradas, caso a carteira se apresente desbalanceada em relação ao risco esperado para o investidor, por rentabilidade maior ou menor que o previsto.

Na prática, após a criação da recomendação baseada nos fatores analisados sobre o perfil do investidor, o plano comercial define quais são os melhores produtos para compor o portfólio proposto pela equipe de alocação. Como explica Guilherme Sant’Anna, diretor de canais da XP, isso garante a exposição correta ao nível de risco.

A metodologia de risco abrange todos os ativos oferecidos pela XP, independentemente da classe ou instrumento. Por meio da pontuação, é possível visualizar se o ativo pode fazer parte da carteira, garantindo o equilíbrio de pontos em um “orçamento de risco”. Na prática, o foco passa a ser a “dose” de risco que cada investidor pode assumir.

O risco de cada ativo é calculado pela ferramenta “Gênio”, que apresenta, em números dentro da plataforma, a avaliação em termos de mercado, riscos de crédito e liquidez. A ferramenta está em aprimoramento contínuo, conforme afirma Wichmann.

“Vamos criando travas muito potentes para manter o balanceamento das carteiras”, diz Gustavo Pires, sócio-diretor executivo da companhia. Ele destaca que, em média, é mais comum que clientes da XP estejam alocados abaixo do percentual recomendado de risco do que acima.

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“É preciso cautela porque há risco em não tomar risco”, alerta Wichmann, ressaltando situações de planejamento financeiro que demandam maior risco para atingir os objetivos do investidor.

“A conversa não é mais sobre o que o cliente acha que quer, mas sim sobre o que ele precisa”, afirma Sgavioli, sobre o avanço do planejamento financeiro como parte da estratégia de alocação para os investidores. Esse maior esclarecimento traz, por exemplo, o uso do “IPCA+” como parâmetro de rentabilidade, em vez do “CDI+”.

Como chegar à carteira ideal?

Para Wichmann, a busca pela carteira ideal passa por três pilares na nova estratégia: planejamento financeiro, tipo de gestão e escolhas de alocação. O planejamento financeiro, nesse caso, é realizado com a junção dos objetivos dos clientes, perfil do investidor e políticas de investimento.

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A ideia é garantir insumos para que o portfólio seja ajustado constantemente, de acordo com os ciclos da vida do cliente. “Alocação é um processo vivo”, conclui Wichmann.