Tesouro Direto: taxas de títulos públicos despencam nesta quarta-feira

Declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre dólar seguem pesando sobre o mercado de juros

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto, programa que possibilita a compra e venda dos papéis por investidores pessoas físicas por meio da internet, apresentam forte queda na abertura desta quarta-feira (29).

O movimento reflete o visto ontem no mercado de juros futuros, em que contratos como o DI com vencimento em janeiro de 2021 recuaram à mínima em pelo menos dez anos com forte volume de negócios – mostrando uma expectativa pelo mercado financeiro de um novo corte de juros.

Entre os principais triggers, está a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicando que o atual patamar do dólar não pressiona a inflação, dada a situação da atividade econômica. As declarações foram feitas na noite de segunda-feira em jantar do site Poder360.

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O mercado também repercute a aprovação no Senado da Medida Provisória 870, que reduz de 29 para 22 o número de ministérios, com o texto da Câmara dos Deputados mantido, ou seja, com o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) fora da alçada do ministro Sérgio Moro.

No Tesouro Direto, o título indexado ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) com juros semestrais e vencimento em 2035 pagava uma taxa de 4,02% ao ano (acrescida da inflação) nesta manhã, ante 4,14% a.a. na terça-feira. O investidor podia adquirir o título integralmente por R$ 3.972,94 ou aplicar uma quantia mínima de R$ 39,72 (recebendo uma rentabilidade proporcional à aplicação).

Já os papéis com vencimentos em 2035 e 2045 pagavam a inflação mais 4,10% ao ano, ante 4,21% a.a. na véspera.

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A queda nas taxas também era encontrada nos títulos prefixados. O papel com vencimento em 2025 oferecia retorno de 8,31% ao ano, ante 8,49% a.a. no pregão anterior, enquanto o com vencimento em 2022 pagava prêmio anual de 7,21% ao ano, ante 7,38% a.a. ontem.

Nesses títulos, o investidor sabe exatamente a rentabilidade que irá receber se mantiver o investimento até a data de vencimento. Além disso, por terem rentabilidade predefinida, seu rendimento é nominal, ou seja, é necessário descontar a inflação para obter o retorno real da aplicação.

Confira, abaixo, os preços e as taxas dos títulos do Tesouro Direto nesta quarta-feira:
Título Vencimento Taxa de Rendimento (a.a.) Valor Mínimo Preço Unitário
Indexados ao IPCA  
Tesouro IPCA+ 2024 15/08/2024 IPCA + 3,76% R$ 53,29 R$ 2.664,94
Tesouro IPCA+ 2035 15/05/2035 IPCA + 4,10% R$ 34,07 R$ 1.703,72
Tesouro IPCA+ 2045 15/05/2045 IPCA + 4,10% R$ 34,23 R$ 1.141,23
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2026 15/08/2026 IPCA + 3,78% R$ 37,23 R$ 3.723,15
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 15/05/2035 IPCA + 4,02% R$ 39,72 R$ 3.972,94
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 15/08/2050 IPCA + 4,20% R$ 42,77 R$ 4.277,38
Prefixados  
Tesouro Prefixado 2022 01/01/2022 7,21% R$ 33,39 R$ 834,93
Tesouro Prefixado 2025 01/01/2025 8,31% R$ 32,01 R$ 640,37
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2029 01/01/2029 8,60% R$ 33,84 R$ 1.128,25
Indexados à Taxa Selic  
Tesouro Selic 2025 01/03/2025 Selic + 0,02% R$ 101,22 R$ 10.122,56

Fonte: Tesouro Direto

Baixo risco, liquidez e acessibilidade

O Tesouro Direto é considerado a opção de investimento com o menor risco no Brasil e com ampla acessibilidade, dado o investimento mínimo a partir de R$ 30. Outra vantagem do programa diz respeito à liquidez, com a possibilidade de recompra diária dos títulos públicos pelo Tesouro.

O investidor pode aplicar em títulos públicos diretamente pelo site do Tesouro, se cadastrando primeiro no portal e abrindo uma conta em uma corretora para intermediar as transações. Atualmente, a maior parte das instituições financeiras habilitadas a operar no programa não cobra taxa de administração.

O único custo obrigatório que recai sobre o investimento em títulos públicos pelo Tesouro Direto corresponde à taxa de custódia, de 0,25% ao ano sobre o valor dos títulos, cobrada semestralmente no início dos meses de janeiro e de julho. Além disso, há incidência de Imposto de Renda sobre os rendimentos, alíquota que varia de acordo com o período de investimento (tabela regressiva).

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