Tenho pouco dinheiro para investir, vale a pena trocar o banco pela corretora?

Não existe uma quantia mínima para trocar sua aplicação no banco por uma carteira em uma corretora 

Giovanna Sutto

(Shutterstock)

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Quem investe seu patrimônio tem chances significativamente maiores de alcançar a independência financeira. Mas para quem está começando, um dilema pode aparecer: “se eu tenho pouco dinheiro, vale a pena deixar a praticidade dos bancos para colocar meu dinheiro em uma corretora?”.

A resposta é sim. “Sem dúvida vale muito a pena. Os bancos estão aos poucos mudando e se adaptando à nova demanda dos investidores com opções de investimentos mais interessantes do que aquela prateleira que ofereciam, mas o caminho é longo”, diz Bruno Ponciano, da Aequilibrium Investimentos.

“A forma como os bancos direcionam os investimentos não deve mudar. Até acredito em produtos melhores, mas a forma como recomendam para os clientes não”,

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Primeiro, é preciso entender que não existe uma quantia mínima para trocar sua aplicação no banco por uma carteira em uma corretora. “O principal recado é poupar sempre e buscar informação, as corretoras investem pesado em material de qualidade para leitura, isso faz uma diferença enorme na formação do investidor”, diz o assessor de investimentos.

De fato, uma série de fatores dificulta que as pessoas tomem “coragem” para abrir uma conta em uma corretora. “Entre eles: a conveniência: você recebe seu salário, paga suas contas, e faz muitas outras coisas em uma única instituição, o que pode poupar tempo”, explica Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro..

Também há “uma imagem de segurança construída por anos e um discurso ‘terrorista’ dos gerentes, que falam muitas coisas, inclusive que investir em bancos pequenos ou em corretoras é incerto ou perigoso”, continua.

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A planejadora financeira criadora do Finanças Femininas, Carol Sandler, acrescenta que as pessoas ainda investem no banco principalmente por falta de conhecimento. “Para começar as pessoas não investem no banco, mas abrem uma conta na corretora do banco. Então todo mundo já tem uma corretora. Mas a imagem sólida do banco ganha muita gente”, diz.

Essa ideia de que o banco é mais seguro ou prático ainda está em desconstrução na sociedade brasileira. Afinal, não tem porque deixar seu dinheiro no local em que mais taxas são cobradas e por consequência você tem menos lucro, diz Sandler.

“Geralmente, o investidor que aplica na corretora do banco realmente lida com a praticidade, enquanto na corretora independente ele tem mais opções e geralmente taxas melhores”, completa.

Segundo Ponciano, mesmo o pequeno investidor pode – e deve – trocar o banco pela corretora.

“Vale a pena. Se ele pretende um dia ser um grande investidor, é fundamental que ele tenha acesso a boas recomendações e boas opções no meio do caminho. Não consigo ver desvantagens, no momento em que os bancos digitais também tiverem uma oferta de crédito mais adequada do que aquela que os grandes bancos de varejo oferecem acho que devem ganhar mais força”, afirma o assessor de investimentos.

Muitas pessoas não investem por insegurança. A falsa imagem de que a poupança é a melhor opção para o seu dinheiro ainda é bem consolidada no Brasil, mas aos poucos está mudando.

“Quanto mais conhecimento a pessoa tem, mais segura ela vai ficando. Você tem que procurar sim uma instituição financeira onde tenha acesso aos melhores títulos e investimentos disponíveis do mercado”, afirma Sandler.

Não há como negar que, embora o caminho ainda seja longo, muitos brasileiros estão começando a perceber que investir é muito vantajoso.

“Temos mais de 60 milhões de brasileiros devedores, ou seja, sem dinheiro para investir. Isso foi reflexo do estímulo exacerbado ao consumo. Uma coisa é se endividar para comprar a casa própria, outra é para comprar celular e TV de led. Uma grande parcela sairá das dívidas com a lição aprendida e procurará investir para o futuro”, explica Calil.

Os especialistas reiteram a vantagem de sempre procurar a melhor opção para proteger e aumentar seu patrimônio.

“O mercado está bem concorrido. O movimento de investidores indo para corretoras independentes está aumentando a cada ano, e ao mesmo tempo vejo corretoras dos bancos tentando correr atrás do prejuízo para oferecer melhores taxas e tentar melhorar a ofertas de produtos. Ninguém quer ficar para trás nessa nova perspectiva de mercado digital”, diz Sandler.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.