As 10 ações titulares para investir em 2019 (e os 5 papéis para deixar no banco de reservas)

Para 2019, a carteira conta com ativos para diversos perfis de risco, mas é a combinação entre eles que é a chave para guiar um bom portfólio

Lara Rizério

SÃO PAULO – Se o cenário-base dos analistas se confirmar – e o novo governo conseguir dar um rumo para a situação fiscal, abrindo espaço para uma maior recuperação da economia –, a bolsa deve ser um dos melhores investimentos daqui para a frente.

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A expectativa de manutenção de juros num patamar baixo – ainda que haja algum aumento em 2019 – também beneficiam o mercado de ações.

Levando em conta esse cenário, Thiago Salomão, analista da Rico, aponta as dez ações mais recomendadas para este ano.

Vale lembrar que, em 2018, sua carteira rendeu 31,4%, mais que o dobro da alta de 15,03% do Ibovespa no mesmo período. No acumulado desde janeiro de 2016, a lista de ações recomendada por Salomão registra ganhos de 141,49%, ante a valorização de 99,88% do Ibovespa.

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A carteira indicada para 2019 conta com papéis com diferentes graus de risco – a combinação entre eles que é a chave para guiar um bom portfólio. Melhor dizendo: em vez de buscar a ação perfeita, tente montar o portfólio perfeito. Com base nisso a carteira foi construída, trazendo desde ativos com grande potencial de alta em caso de melhora da economia quanto papéis que podem valorizar mesmo se houver contratempos.

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1) Ambev (ABEV3) – na contramão da forte alta do mercado de ações, a fabricante de bebidas viu suas ações caírem 25% em 2018, fazendo com que ficassem baratas com relação ao seu histórico (ainda que não seja um papel propriamente barato). Uma explicação para a baixa é o aumento da concorrência. Isso aconteceu, mas o maior motivo é a queda do consumo motivada pela crise econômica. Portanto, se a economia se recuperar, a expectativa também é de valorização para as ações da Ambev;

2) B3 (B3SA3) – a previsão de melhora da atividade associada a um cenário de juro baixo é uma combinação perfeita para a B3. A empresa, resultado da fusão da bolsa com a Cetip, também se beneficia da evolução do mercado de capitais uma vez que as empresas estão buscando outras formas de se financiar, propiciando uma nova onda de IPOs.

3) Petrobras (PETR4) apesar de 2018 ter sido um bom ano para as ações da companhia, com os investidores antecipando uma melhora na gestão de empresas estatais no novo governo, os meses pós-eleição foram decepcionantes, em meio às frustrações com a cessão onerosa e a forte queda dos preços internacionais do petróleo.

Mas tal queda também mostra que ainda há espaço para os papéis subirem, caso o novo presidente, Roberto Castello Branco, mantenha o plano de acelerar o processo de venda de ativos, reduzir custos e finalmente encerrar o capítulo da cessão onerosa.

O contrato da cessão onerosa foi assinado entre a Petrobras e a União em 2010. Pelo contrato, a Petrobras adquiriu os direitos para explorar, avaliar e produzir até 5 bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo mais gás natural) em seis áreas do pré-sal da Bacia de Santos.

Entretanto, estudos posteriores confirmaram a existência de uma quantidade bem maior do que previsto inicialmente e espera-se a revisão do acordo como um grande catalisador para os papéis da estatal.

4) Usiminas (USIM5) – a siderúrgica é um dos grandes nomes com bom potencial para se beneficiar da melhora econômica do Brasil, em meio a sua capacidade ociosa. Assim, a retomada da atividade pode trazer uma importante alavancagem operacional. Além disso, espera-se que a companhia consiga termos de negociação favoráveis com as montadoras em um cenário mais positivo para a economia. A venda de ativos, com a empresa focando em seu negócio principal, também pode impulsionar as ações.

5) Banco do Brasil (BBAS3) o banco estatal volta à carteira, com o setor devendo crescer forte com a expectativa de retomada da economia e aumento do crédito. Com ainda mais lições de casa a fazer do que os seus pares no setor privado, o BB também pode se beneficiar mais na Bolsa caso continue com a sua estratégia iniciada dois anos e meio atrás de corte de custos e aumento da eficiência. Além disso, a instituição tem forte exposição ao setor agrícola, que Bolsonaro enfatizou que será de extrema importância para o seu governo. Assim, é a “pimenta” da carteira para este início de ano.

6) Rumo (RAIL3) – estimativas positivas para a colheita agrícola e a expectativa de que o novo governo destrave o programa de concessão de ferrovias guiam o otimismo com a companhia.

7) Unidas (LCAM3) – as expectativas são positivas para a companhia, atiga Locamerica, em meio a sua estratégia de expansão após a captação de R$ 1 bilhão. O mercado de aluguel de veículos, apesar do crescimento, ainda é pouco penetrado no Brasil, mas aponta para maior consolidação. Neste sentido, a fusão entre Locamerica e Unidas, com a empresa obtendo uma estrutura mais robusta, é importante por proporcionar maior escala, melhorando as condições de compra e venda de carros, por exemplo.

8) Magazine Luiza (MGLU3) a ação da varejista, que sobe há três anos, teve a maior alta do Ibovespa em 2018. Ainda assim, segue sendo uma boa alternativa em razão de suas propostas inovadoras, do pesado investimento em e-commerce e da boa gestão, o que a coloca à frente de seus principais concorrentes. Com o Brasil se recuperando, a tendência é de que o Magazine Luiza seja um dos grandes beneficiários. Mas, mesmo nos períodos de economia mais fraca, a varejista mostrou a sua resiliência.

9) CVC (CVCB3) – A maior operadora de turismo do Brasil segue a sua expansão em um mercado em que domina e possui um modelo de sucesso. Além disso, suas aquisições recentes fortalecem o seu modelo de negócios e levam a um grande potencial de sinergias nos próximos anos.

Assim, em um cenário de expansão econômica, ela obviamente se beneficia, mas também tem uma dinâmica própria, que pode valorizar os papéis mesmo se o cenário interno for um pouco pior que o esperado.

10) Sabesp (SBSP3) – Com um 2018 morno e após passar por um período de forte tensão com a revisão tarifária, a Sabesp voltou a ser observada com atenção no mercado. Ela possui um alto potencial de valorização e pouco downside dentro de um setor previsível. As sinalizações do novo governo de São Paulo apontando para privatização ou capitalização da estatal de saneamento, trazem boas perspectivas para a ação da companhia.

Confira a Carteira para 2019:

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Banco de reservas

Enquanto as 10 ações acima são as titulares, há cinco que estão no “banco de reservas”. Elas podem entrar em campo a qualquer momento dependendo das mudanças com relação ao cenário-base nacional e internacional, mas algumas também podem assumir a vaga de outra caso consigam se superar seus desafios. São elas: Suzano (SUZB3), Vale (VALE3), Braskem (BRKM5), Via Varejo (VVAR3) e Gerdau (GGBR4).

No caso de Suzano, a companhia de papel e celulose que está em vias de concluir sua fusão com a Fibria se beneficia em um ambiente de alta do dólar, além de ser uma empresa bem gerida e com boas perspectivas de expansão no longo prazo. Contudo, a forte alta registrada em 2018 e o cenário ainda sombrio para a cotação de papel e celulose indicam que há mais opções na Bolsa que podem se beneficiar na conjuntura atual.

Na mesma linha, a Vale pode se beneficiar em um ambiente externo mais positivo, principalmente se houver avanços nas relações entre China e Estados Unidos depois de meses de deflagração da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Já a Braskem possui uma posição consolidada nos mercados em que atua, mas sofreu nos últimos meses com notícias envolvendo a sua controladora Odebrecht e adiamento da conclusão da venda para a holandesa LyondellBasell. Caso a venda avance, a ação da companhia pode engatar uma tendência de alta, represada nos últimos meses. De qualquer forma, a empresa apresenta desempenho operacional positivo e pode se beneficiar com a melhora da indústria.

A Via Varejo, por sua vez, é uma varejista tem tudo para se beneficiar em um cenário de expansão ainda mais forte do e-commerce no médio prazo, mas ainda enfrenta dificuldades em implementar o novo sistema de vendas. Além disso, há incertezas sobre como será feita a venda da participação detida pelo Grupo Pão de Açúcar (PCAR4). Mas a ação está barata em relação às dos principais concorrentes e, se houver mais visibilidade dos resultados, pode valorizar.

Por fim, ajuda a Gerdau a perspectiva de alta da demanda de aços longos com a recuperação do setor de construção. Além disso, o fato de ter operações nos Estados Unidos é um fator que a torna uma opção mais defensiva no setor em caso de acirramento da guerra comercial.

Bons investimentos!

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.