Mesmo com Selic em 6,50%, Brasil tem uma das taxas de juros reais mais altas do mundo

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos e serve de referência para as demais taxas da economia  

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – O Copom (Comitê de Política Monetária) definiu nesta quarta-feira (19) pela manutenção da taxa Selic em 6,5% pela quarta vez consecutiva – depois de promover um ciclo de cortes até março que levou a taxa ao menor nível histórico.

A Selic é usada nas negociações de títulos públicos e serve de referência para as demais taxas da economia. Ao mantê-la no mesmo patamar, o Copom sinaliza que as alterações anteriores foram suficientes para chegar à meta de inflação, que é o objetivo que o Banco Central. 

A meta de inflação neste ano é de 4,5% com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, a meta é 4,25%, com margem entre 2,75% e 5,75%.

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Mas mesmo com esse ciclo de juros mais baixo, tanto a taxa nominal (6,5%) como a taxa básica real do Brasil ainda são altas quando comparadas com outros países do mundo.

Juros reais 

Considerando os juros reais (descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses) o país tem uma taxa de 4%, segundo o relatório da Infinity Asset Management de setembro de 2018, que elabora um ranking de 40 países e suas respectivas taxas. 

Classificado na quarta posição, o Brasil só fica atrás da Turquia (13,93%), Argentina (18,20%) e Rússia (6,01%). Países como México (3,48%), África do Sul (1,8%), Colômbia (1,22%) e Cingapura (1,19%) têm taxas menores que a nacional. A média geral do ranking é de 0,79% de juro real.   

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Vejam como estão as taxas de juros reais ao redor do mundo:

País  Taxas de juros reais 
1 Turquia  13,93%
2 Argentina  18,20%
3 Rússia  6,01%
4 Brasil  4%
5 Indonésia 4,11%
6 México 3,48%
7 Índia 3,46%
8 Malásia  2,38%
9 África do Sul 1,80%
10 Colômbia  1,22%
11 Cingapura  1,19%
12 China  0,74%
13 Tailândia  0,39%
14 Hong Kong  0,14%
15 Nova Zelândia   0,08%
16 Canadá -0,12%
17 Filipinas  0,17%
18 Chile 0,13%
19 Austrália  -0,11%
20 Polônia -0,02%
21 República Tcheca -0,22%
22 Estados Unidos  -0,37%
23 Coreio do Sul  -0,31%
24 Israel -0,82%
25 Japão  -0,96%
26 Dinamarca  -1,12%
27 Grécia -1,14%
28 Itália -1,53%
29 Portugal  -1,63%
30 Suíça -1,63%
31 Holanda  -1,82%
32  Reino Unido  -1,96%
33 Taiwan  -1,39%
34 Espanha  -1,92%
35 Alemanha  – 2,01%
36 Hungria  -2,07%
37 França  -2,21%
38 Suécia  -2,12%
39 Bélgica -2,21%
40 Áustria -2,26%
Média Geral  0,79%

Juros nominais 

Outra forma de comparação é por meio da taxa de juros nominais que representa a taxa real mais a inflação – no Brasil a taxa é de 6,5%, que é o número divulgado pelo Copom em suas reuniões que acontecem a cada 45 dias.

Nesse contexto, segundo o ranking da asset de 40 países o Brasil é o quinto colocado, empatado com África do Sul e Índia. Fica atrás da Argentina (60%), Turquia (24%), México (7,75%) e Rússia (7,5%).

Veja as taxas de juros nominais ao redor do mundo:

1 Argentina  60%
2 Turquia  24%
3 México  7,75%
4 Rússia 7,5%
5 África do Sul  6,50%
5 Brasil 6,50%
5 Índia  6,50%
8 Indonésia  5,5%
9 China  4,35%
10 Colômbia  4,25%
11 Filipinas  4%
12 Malásia  3,25%
13 Chile  2,50%
14 Hong Kong 2,25%
15 Estados Unidos  2,00%
16 Nova Zelândia  1,75%
17 Austrália  1,50%
18 Canadá 1,50%
19 Coreia do Sul  1,50%
20 Polônia  1,50%
21 Tailândia  1,50%
22 Taiwan  1,38%
23 República Tcheca  1,25%
24 Cingapura  1,06%
25 Hungria  0,90%
26 Reino Unido  0,75%
27 Israel  0,10%
28 Alemanha 0,00%
29 Áustria   0,00%
30 Bélgica  0,00%
31 Espanha   0,00%
32 França 0,00%
33 Grécia   0,00%
34 Holanda   0,00%
35 Itália   0,00%
36 Portugal  0,00%
37 Japão  -0,10%
38 Suécia  -0,50%
39 Dinamarca -0,65%
40 Suíça -0,75%
Média geral  3,99%

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.