Gerente de banco é referência em investimentos no Brasil – e você deixa de ganhar com isso

SÃO PAULO – Investir é a melhor forma de alcançar a independência financeira. Essa é uma premissa básica pra chegar ao sucesso e estar à frente de muita gente. O problema é que, no Brasil, a maioria dos ainda comete o erro de procurar o gerente do banco para auxiliar no processo – seja pela sensação de segurança ou pela falta de informação.   

A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) divulgou um estudo mostrando que a maior fonte de informações sobre investimentos entre os brasileiros que aplicam em produtos financeiros é o gerente do banco. Na pesquisa, 41% dos entrevistados afirmaram que buscam por esse profissional. 

No entanto, é preciso dizer que nem sempre o gerente vai sugerir o investimento mais adequado às necessidades do cliente. “O investidor, ao pensar em ligar para o banco porque está com um dinheiro para aplicar, precisa ter ciência de que o gerente já ‘sabe’ desse valor em conta. Ele recebe um aviso em seu sistema do banco, juntamente já com uma sugestão de aplicação para esse cliente – muitas vezes atrelado à meta do gerente naquele mês”, explica Diogo Hoffmann, assessor de investimento da Ciga Invest. 

Antes mesmo do cliente ser ouvido e ter a oportunidade de explicar como quer ou pretende usar aquele valor, o gerente já possui uma sugestão para dar. Ou seja, você pode deixar de ganhar dinheiro ao não olhar para outras opções, como aplicações com rentabilidades maiores ou investimentos através de corretoras de investimentos, que oferecem taxas mais baixas, por exemplo. 

Outro problema levantado pelo assessor de investimentos é falta de transparência do gerente para com o cliente. “No geral, os brasileiros não entendem de educação financeira e investimentos o que abre um parâmetro para o gerente atuar mantendo os clientes cegos de informações. Isso mantém o investidor refém do banco e do gerente”, diz. Segundo ele, é crucial que o cliente entenda (o mínimo que seja) sobre seus investimentos.  

De acordo com pesquisa da Anbima, feita em parceria com o Datafolha, essa preferência pelo gerente de banco é mais forte nas faixas etárias mais avançadas, ou seja, entre aquelas pessoas que cresceram em uma época que o profissional de banco era uma das únicas fontes de informação sobre finanças. Ainda pensam assim 42% dos investidores entre 45 e 59 anos e 47% dos sexagenários.

“O público mais velho ainda tem aquele compromisso de ir tomar um ‘cafezinho’ com o gerente amigo do banco. Além de não estarem tanto em contato com a tecnologia e novidades que estão disponíveis atualmente”, explica Hoffmann. Ao contrário dos jovens, que, com o  ‘boom’ de fintechs e bancos digitais, além de canais no youtube, estão mais ligados a outras opções que não sejam os tradicionais bancos, de acordo com ele. 

Em segundo lugar na pesquisa, 33% das pessoas que investem procuram “amigos e parentes” para saber mais sobre como investir. O comportamento é mais comum entre os mais jovens: 45% dos entrevistados entre 16 e 24 anos valorizam mais as informações de seus contatos próximos.

As diferenças de acordo com as faixas etárias não param por aí: entre as pessoas de 25 a 34 anos, os sites de notícias são a forma preferida com (40,8%) para busca de informações (entre o público total, a participação dos sites é de 29%).

Para a pesquisa, foram realizadas 3.374 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em 152 municípios, com a população economicamente ativa, inativos que possuem renda e aposentados das classes A, B e C, a partir dos 16 anos.  

Confira as principais fontes de informação dos investidores brasileiros:  

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