George Soros compra ouro a preços recordes de olho em estímulos

Grandes investidores estão aumentando seus aportes no metal precioso, segundo a Bloomberg

Gabriella D'Andréa

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SÃO PAULO – O mais longo rali do ouro das últimas 9 décadas, que aconteceu este ano, vai continuar recebendo estímulo dos bancos centrais e de investidores como John Paulson e George Soros, de acordo com matéria publicada na Bloomberg.

O preço do metal deve se valorizar em todos os trimestres de 2013 cerca de 12% a mais do que este ano, segundo estatísticas de 16 analistas ouvidos pela agência de notícias. De olho nisso, a Paulson & Co., do investidor John Paulson,  apostou US$ 3,62 bilhões no SPDR Gold Trust, o maior índice que mede a cotação do metal precioso. Na mesma linha, o fundo Soros Management LLC, do megainvestidor George Soros, aumentou em 49% os aportes em ouro no terceiro trimestre deste ano, segundo dados da SEC – Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio dos EUA.

Além disso, os bancos centrais da Europa e da China também têm se comprometido a tomar medidas de estímulo, através da maior atenção com a inflação e com a desvalorização de suas respectivas moedas. Investidores compraram 247 toneladas métricas por ETP (Exchange Traded Products) somente este ano, superando a saída anual do metal nos EUA.

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“Nós vemos o ouro como uma proteção contra as loucuras dos políticos”, defende o chefe de investimento da Fiduciary Trust em Boston, que ajuda a gerenciar US$ 9,5 bilhões, Michael Mullaney. “É uma boa hora para angariar alguma proteção na carteira com ativos reais como o ouro”, continuou.

Longa sequência de ganhos
Em Londres, o metal avançou 11% este ano, chegando a US$ 1.733, 12º ganho anual consecutivo, a maior sequência em dados compilados na Bloomberg desde 1920. Os preços tinham atingido recorde de US$ 1.921 em setembro de 2011. Como referência, o indicador Standard & Poor’s GSCI de 24 commodities registou ganhos de 0,8%, enquanto o índice MSCI All-Country World de ações subiu 8,1%. Já títulos do tesouro registraram retorno de 2,7%, segundo o índice do Bank America Corporation.

Segundo a Bloomberg, o megainvestidor George Soros aumentou seu investimento no metal para 1,32 milhões de ações do SPDR Gold Trust no terceiro trimestre de 2012, sua maior alocação desde 2010. Cada ação do índice representa 10% de uma onça e o total investido foi avaliado em US$ 219 milhões. 

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Já Paulson, que se tornou bilionário em 2007 ao apostar contra o mercado de hipotecas, possui 21,8 milhões de ações no índice SPDR Gold Trust, o que faz dele o maior acionista, segundo dados de 15 de novembro da SEC. Somente no segundo trimestre deste ano, Paulson aumentou seus aportes em 26% e agora suas 66 toneladas excedem a reserva oficial de nações como o Brasil, a Bulgária e a Bolívia.

Já os bancos centrais adicionaram ouro às suas reservas durante 19 meses consecutivos, a maior sequência desde 1964, de acordo com o FMI. Países como Rússia, Coréia do Sul e México compraram mais de 31,461 toneladas do metal, número equivalente a 18% de todo o ouro já extraído.comprou a preços recordes de olho em estímulos

Na direção oposta, a empresa nova-iorquina de fundos de proteção diminuiu seus investimentos na Anglogold Ashanti Ltd. e na Gold Fields Ltd., a terceira e quarta maiores produtoras do metal, respectivamente.

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Paul Touradji, da Touradji Capital Management, vendeu todas as suas 82 mil ações que seguiam o SPDR Gold Trust no terceiro trimestre, de acordo com registros da SEC. Já o Lone Pine Capital LLC, o fundo de proteção de Stephen Mandel Jr., cortou sua participação em 31% para 2,6 milhões de ações, e Dan Loeb tirou do seu fundo Third Point LCC, cerca de 10%, chegando a 130 mil ações. No entanto, nenhum funcionário das três companhias quis comentar as retiradas.

Previsões
Para o especialista do grupo Credit Suisse, Tom Kendall, considerado ums dos melhores analistas do mercado quando se trata do metal, o preço do ouro deve ficar em US$ 1.880 no quarto trimestre. Já Jochen Hitzfeld do UniCredit, espera que o preço fique em torno de US$ 1.950. Daniel Brebner, do Deutsche Bank, acredita que o preço deva ficar na casa dos US$ 2,300.

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