Nem tudo é Copa do Mundo: 120% do CDI em um título que ninguém dá bola

Sabe aquela sigla na aba de sua corretora que você nunca clica?

Equipe InfoMoney

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Autor:Glenda Ferreira, Economista e Planejadora Financeira da Levante!

Sabe aquela sigla na aba de sua corretora que você nunca clica? É Copa do Mundo, mas precisamos falar dos investimentos esquecidos.

Seja por desconhecimento, seja por falta de interesse mesmo, a questão é que, por vezes, deixamos alguns investimentos de lado. (Mesmo sabendo que a diversificação é a indicação de 10 entre 10 craques em finanças pessoais.)

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Por isso, eu e meu companheiro de ataque na Levante, Felipe Bevilacqua, levamos a você, investidor, o conhecimento de diversas opções dentro da renda fixa, especialmente na modalidade do crédito privado – emissões de empresas ou bancos para captar recursos que oferecem retornos interessantes aos investidores.

Hoje, irei comentar especificamente sobre a Letra de Câmbio (LC).

Após o recente abalo com a disparada do dólar (tão traumático quanto o 7 a 1), arrisco dizer que a primeira associação que vem à sua cabeça tem relação com as operações de câmbio, não é? Mas o sentido é totalmente diferente. O câmbio aqui é no sentido de troca.

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Para entender esse título privado jogado para escanteio, é bem simples: basta comparar com os mais conhecidos, os CDBs (Certificado de Depósito Bancário). Os CDBs são títulos emitidos por bancos, enquanto as LCs são utilizadas por financeiras – como sociedades de crédito, financiamento e investimento. O que muda é quem emite. E o uso pode ser variado: crédito para financiar a aquisição de bens, serviços e até capital de giro.

Fácil, não?

Aqui, retornos mais atraentes do que os primos CDBs são facilmente encontrados – as taxas chegam a ser superiores a 120% do CDI. Ao mesmo tempo, os CDBs oferecem retornos a partir de 90% por cento, por exemplo.

É uma boa diferença para o seu bolso. Então por que continuar com o Bernard (o “menino com alegria nas pernas” – aquele que jogou no 7 a 1), se você pode ter o Neymar?

No momento de sua aplicação, você poderá encontrar três tipos de Letras. A maior parte deverá aparecer como pós-fixada, referente a uma rentabilidade atrelada ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário – taxa de juros bem próxima à Selic).

Mas você também poderá encontrar opções prefixadas, quando você já sabe no momento de contratação qual será o seu retorno. E ainda existem as letras híbridas, cujo cálculo utiliza uma taxa definida mais uma com variação, que costuma ser o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

E o investimento inicial não é alto – com R$ 1 mil, você já pode começar. Sem impedimentos para você participar.

É preciso ficar atento a um detalhe: há a incidência de Imposto de Renda retido na fonte, que acompanha a tabela regressiva de renda fixa. Inicia na faixa dos 22,5% para 6 meses, chegando a 15% acima dos 2 anos.

A forma mais simples para realizar o investimento é por meio de corretoras que oferecem produtos de diferentes instituições. Nas plataformas, o prazo médio encontrado é de 2 e 3 anos. A opção por resgate antecipado pode ser menor na venda no mercado secundário.

Por que tantos benefícios?

Quanto melhor a qualidade e capacidade de pagamento da financeira, melhor para a sua tranquilidade em investir.

Da mesma forma que bancos menores que captam via CDBs oferecem taxas mais atraentes como um prêmio pelo risco de negociar com uma instituição menor, a situação aqui é similar. Como bancos grandes têm maior diversificação de atividades, fica mais fácil diluir riscos, como de inadimplência.

Com as financeiras é diferente, costumam ser direcionadas a financiamentos específicos e, portanto, são carteiras de crédito mais concentradas. Esse fato pode comprometer a solidez das instituições, aumentando o seu risco.

Mas ainda com a vantagem de ter lastro, ou seja, a emissão das LCs só é autorizada caso a financeira possua volumes correspondentes que sirvam como garantia.

Na prática, podemos contar com a garantia de até R$ 250 mil por CPF, com limite de R$ 1 milhão por 4 anos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Porém, sentir na pele essa perda e esperar o ressarcimento pode incluir alguns meses de dor de cabeça desnecessária e sem rentabilidade.

É melhor investir com parcimônia do que contar com o socorro do fundo posteriormente. Afinal, não existe almoço grátis.

Eu, particularmente, prezo por rendimento e segurança andando de mãos dadas. Então, nada de correr riscos desnecessários, com escolhas levando em consideração apenas a taxa de retorno.

Como parte de seus investimentos de médio prazo, vale a pena olhar com mais atenção as esquecidas LCs. Com tantas zebras na Copa, parece que não podemos confiar apenas nos nomes mais conhecidos.

Ainda que o foco desse mês esteja na Copa e nos jogos da seleção, não esqueça os seus investimentos e aproveite oportunidades interessantes.