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SÃO PAULO – Depois de 20 anos de história no Brasil, o banco Morgan Stanley começou a oferecer no fim de junho quatro fundos com exposição internacional a investidores locais. O objetivo é atender a demanda reprimida dos brasileiros por aplicações no exterior.
Os quatro produtos, distribuídos via fundos de investimento em cotas (FIC) apenas pela plataforma da XP, replicam duas estratégias diferentes: uma em renda fixa e outra em multimercado. Dois fundos são voltados a pessoas físicas qualificadas (com pelo menos R$ 1 milhão em investimentos financeiros) e outros dois são dirigidos ao público institucional.
Com hedge cambial da carteira e atuação apenas na ponta compradora de ativos, os fundos exigem aplicação mínima de R$ 25 mil no caso das pessoas físicas.
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O fundo Morgan Stanley Global Fixed Income Advisory FIC FIM IE tem foco na renda fixa global, de mercados desenvolvidos a emergentes, com exposição em títulos públicos e privados e baixa correlação com o Treasury (título público americano) de dez anos.
Desde sua criação, em novembro de 2011, o fundo master tem um retorno bruto anualizado de 6,06% em dólar. Na plataforma da XP, ele terá taxa de administração de 0,60% ao ano. “Esse é o fundo mais simples que o investidor poderia encontrar lá fora”, explica Victor Arakaki, responsável pela asset do Morgan Stanley no Brasil.
A segunda estratégia, representada pelo Morgan Stanley Global Balanced Risk Control Advisory FIC FIM IE, corresponde a um fundo de fundos (do Morgan ou de terceiros) de ações, renda fixa e commodities, com volatilidade entre 4% e 10%, e caixa.
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O fundo master foi criado em janeiro de 2012 e acumula retorno bruto anualizado de 7,22%. No Brasil, a taxa de administração será de 1,20% ao ano.
“A ideia é trazer o melhor das estratégias lá fora com os fundos feeders”, diz Arakaki, para quem a estratégia de renda fixa pode ser o primeiro passo da internacionalização do brasileiro.
Proteção contra solavancos
Com a economia em trajetória positiva ou negativa, ele defende que o investidor tenha sempre uma parte da alocação no exterior. “Em momentos de estresse, mercados emergentes sofrem mais”, ressalta Arakaki, reforçando que a exposição internacional pode inclusive ajudar o desempenho da carteira em momentos de crise.
Segundo Arakaki, do total do patrimônio da indústria de fundos no Brasil, da ordem de R$ 5 trilhões, menos de 10% está em ativos internacionais. No Chile, ele ressalta, o percentual sobe para 20%. Quando a comparação passa para os fundos de pensão, os números são ainda mais discrepantes.
O segmento chegou a ensaiar um movimento de maior internacionalização há alguns anos, mas esbarrou em questões do cenário externo e também da própria dinâmica brasileira. Para Arakaki, o câmbio foi um dos responsáveis pela limitação. “A maioria dos fundos com exposição internacional não tinha hedge, e perdeu o benefício da diversificação”, diz.
Sem recessão no horizonte
Ainda na temática do mercado internacional, Arakaki ressaltou que o Morgan não trabalha com um cenário de recessão nos Estados Unidos nos próximos anos, embora enxergue um baixo crescimento, com inflação também em patamar limitado. Em sua visão, o Fed, o banco central dos Estados Unidos, ainda conta com um instrumento de política monetária para mexer nos juros, que seguem em níveis positivos.
O principal risco seria uma questão oposta, com o banco central aumentando o patamar de juro do país. “Em 60 anos, só uma vez, em 1994, o Fed conseguiu subir juros sem gerar uma recessão. Então a política monetária poderia ser o catalisador para uma crise, mas as pressões inflacionárias não são tão potentes para o mundo voltar a subir juros.”
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