Mesmo com ações globais em alta, UBS ainda vê otimismo não precificado; confira as escolhas do banco

Setores cíclicos, como financeiro e de energia, estão entre os preferidos do banco suíço na Bolsa para se posicionar para o cenário de reabertura econômica

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Com as Bolsas em alta ao redor do mundo em meio ao avanço da vacinação contra a Covid e as expectativas de uma retomada econômica, muitos investidores estão céticos de que há espaço adicional para novas altas das ações. Na avaliação do UBS, contudo, ainda há uma história positiva a ser contada.

“Embora as ações globais estejam agora 20% acima das máximas pré-pandemia, uma combinação de forte crescimento dos lucros e avaliações razoáveis em relação aos rendimentos de títulos do governo [americano] ainda baixos apontam para uma maior alta das ações”, escreve Mark Haefele, diretor de investimentos da UBS Global Wealth Management, em relatório divulgado nesta sexta-feira (21).

A avaliação, contudo, é que não será uma valorização distribuída igualmente entre todos os setores da Bolsa.

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Neste contexto, empresas dos setores financeiro e de energia estão entre as preferidas do banco suíço, por se beneficiarem de um aumento dos juros no longo prazo e de uma retomada da mobilidade, além do trabalho e consumo presenciais. Ao mesmo tempo, uma aceleração na retomada econômica global deve suportar maior demanda por commodities como metais, destaca Haefele.

Por outro lado, empresas de tecnologia estão sendo negociadas com prêmio e merecem revisões no portfólio, diz o diretor.

“Permanecemos otimistas com o cenário para ações globais mesmo com a alta recente na volatilidade. Esperamos que empresas cíclicas sejam impulsionadas pelo avanço da vacinação e pelo fato de os bancos centrais estarem comprometidos com uma política de afrouxamento monetário”, escreve Haefele.

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Com relação às alocações geográficas, o UBS vê potencial de alta em mercados emergentes e ações japonesas, que devem reverter as perdas recentes, segundo o banco, dado os valuations atrativos e em meio à recuperação global pós-pandemia.

Tecnologia: preferência por small e mid caps

Ainda que as expectativas para o setor de tecnologia no longo prazo sejam positivas, Haefele afirma que a volatilidade no setor parece ter vindo para ficar e que é importante que o investidor analise seu portfólio, evitando concentrar posições nas chamadas “mega caps“, empresas com valor de mercado acima de US$ 10 bilhões.

“Com a falta de catalisadores no curto prazo, incertezas sobre o lado regulatório ao redor do mundo e uma potencial pressão no setor em meio a altas dos juros, não vemos as oportunidades no curto prazo como atrativas”, escreve, no relatório.

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Com isso, a recomendação aos clientes tem sido a de reduzir posições em companhias de tecnologia “mega caps” com mais de US$ 200 bilhões em valor de mercado, para focar em “small” e “mid caps” (pequenas e médias empresas), que podem oferecer mais oportunidades diante das recentes quedas e do cenário positivo para o longo prazo.

“Recomendamos a diversificação em companhias small e mid caps, incluindo aquelas envolvidas em temas como 5G, fintechs, healthtech [tecnologia ligada à saúde] e greentech [tecnologia ligada a práticas sustentáveis]”, escreve Haefele.

Volatilidade como aliada

Com o aumento das preocupações sobre a alta da inflação ao redor do mundo, principalmente nos Estados Unidos, podendo levar a juros mais altos no horizonte, muitos investidores têm preferido esperar para ter maior segurança para escolher novos ativos financeiros. A estratégia, contudo, pode sair cara, segundo o UBS.

Na avaliação de Haefele, os investidores devem usar os períodos de maior volatilidade para construir posições de longo prazo. O executivo cita, por exemplo, a possibilidade de o investidor programar um aporte mensal, acelerando as aplicações caso o mercado apresente maiores quedas.

Ouro e prata em baixa

Em outro relatório, também divulgado nesta sexta, o UBS assinala que o cenário de alta da inflação nos Estados Unidos, com retomada das economias e juros maiores nos EUA, deve levar a uma queda nos preços de metais preciosos, como ouro e prata.

O banco suíço projeta o ouro negociado a US$ 1,6 mil a onça troy (uma onça troy equivale a cerca de 31 gramas) ao fim do ano, o que implica queda de 14,7% em relação ao fechamento de quinta. Já para a prata, as projeções do UBS apontam para a moeda negociada a US$ 24 em dezembro de 2021, queda de 13,5%.

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