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SÃO PAULO – O Banco Central divulgou o relatório de mercado referente à semana terminada em 22 de fevereiro, que mostra através de pesquisa diária realizada pela autoridade monetária, as expectativas do mercado quanto aos principais indicadores econômicos do Brasil. O mercado brasileiro projeta um aumento do investimento estrangeiro direto no país, ao mesmo tempo em que revê a projeção para as taxas de inflação, refletindo o afrouxamento na política fiscal, depois do corte da taxa Selic anunciado na semana passada, que passou para 18,75% ao ano.
Mercado projeta investimento estrangeiro direto maior
O BC informou que a projeção para o investimento estrangeiro direto para este ano foi ampliada de US$ 16,8 bilhões para US$ 17 bilhões, enquanto para o ano que vem, as expectativas mostram um resultado de investimentos estrangeiros de R$ 17,5 bilhões frente aos R$ 17 bilhões projetados anteriormente.
A mediana das expectativas de mercado para o crescimento do PIB manteve-se em 2,4% neste ano. No mesmo sentido, a projeção do crescimento econômico a ser registrado em 2003 ficou constante em 3,5%.
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Inflação é revista para cima
Para o IGP-DI, as expectativas se elevaram, passando de 5,78% para 5,84% em 2002, enquanto para 2003, também subiram de 4,60% para 4,70%. O mercado elevou suas estimativas para o IPC da Fipe neste ano, que passaram de 4,79% para 4,87% em 2002; para 2003 as estimativas mantiveram-se estáveis em 4,00%.
Já a projeção para o IPCA, que é o índice que acompanha a meta de inflação acordada entre o governo brasileiro e o FMI, ficou maior para 2002, passando de 4,79% para 4,87%, ao mesmo tempo em que para 2003, permaneceu estável em 4,00%. Quanto ao INPC, as projeções cresceram de 5,50% para 5,61% neste ano e ficaram constantes em 4,0% no próximo ano. A expectativa para a inflação medida pelo IGP-M da FGV neste ano declinou de 5,75% para 5,74% e aumentou de 4,55% para 4,60% em 2003.
Projeção para o resultado comercial do país é mantida
A projeção para a balança comercial em 2002 manteve a estimativa inicial em que é esperado um superávit comercial de US$ 4,75 bilhões. No mesmo sentido, as expectativas acerca do comércio exterior brasileiro para 2003 permaneceram inalteradas em US$ 5,7 bilhões. O saldo acumulado pela balança comercial no ano de 2002, até a quarta semana de fevereiro, ficou positivo em US$ 368 milhões, segundo informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
As expectativas para o déficit em conta corrente para 2002 ficaram maiores, já que o mercado espera um déficit em conta corrente de US$ 20,06 bilhões, enquanto a projeção anterior indicava déficit de US$ 20,0 bilhões. Por outro lado, a projeção de déficit em conta corrente em 2003 ficou menor, passando de US$ 19,80 bilhões para US$ 19,75 bilhões.
Projeção para o dólar não muda
Com relação ao câmbio, as instituições pesquisadas mantiveram as expectativas para a cotação da moeda norte-americana no final de 2002 em R$ 2,55. Para o final de 2003, as estimativas também ficaram inalteradas e o mercado segue com a mesma projeção anterior de taxa de câmbio a R$ 2,70.
O Banco Central informou ainda que o mercado manteve inalterada a projeção para o superávit fiscal primário em 3,5% do PIB em 2002. Para 2003, o mercado elevou a projeção do superávit de 3,0% para 3,10% do PIB. A projeção para o déficit nominal harmonizado permaneceu constante em 3,50% do PIB para este ano e passou de 3,19% para 3,3% do PIB do próximo ano.
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Depois de um corte da taxa básica de juros anunciado pelo Copom, as projeções para o mercado foram reajustas e podem ainda sofrer novas alterações de acordo com o teor da ata da reunião do Copom que balizou a decisão do BC. Para a Selic-Over, o mercado projeta taxa menor ao final do ano, que deve encerrar em 2002 em 17% ao ano, mostrando que há forte expectativa para a continuidade da trajetória descendente dos juros no país. Para 2003, o mercado reduziu sua projeção dos juros, apontando uma taxa de 14,05% ao ano no final do ano, contra 14,10% ao ano, anteriormente estimada.