Mais otimista com Brasil, BlackRock defende redução no ritmo de estímulos nos EUA para evitar pressão inflacionária

"Excessos estão sendo criados", afirmou Rick Rieder, CIO de renda fixa global da gestora

Lucas Bombana

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SÃO PAULO – O estímulo fiscal e monetário sem precedentes adotado pelos governos ao redor do mundo ao longo dos últimos meses teve papel crucial para mitigar os impactos causados pela pandemia.

A contínua injeção de liquidez que tem sido promovida, especialmente nos Estados Unidos, no entanto, tem despertado preocupação crescente no mercado sobre os riscos de uma pressão inflacionária acima do desejável, que leve o Federal Reserve (o banco central americano) a iniciar um ciclo de aperto monetário.

Nesta terça-feira (4), o índice americano Nasdaq, que concentra ações de empresas de tecnologia, caiu cerca de 2%, após a secretária do Tesouro do país, Janet Yellen, sinalizar a possibilidade de um aumento dos juros para evitar o risco de “sobreaquecimento” da economia.

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Durante evento virtual promovido nesta quarta-feira, Rick Rieder, CIO de renda fixa global e head da área de alocação global de investimentos da BlackRock, afirmou que o banco central dos Estados Unidos deveria reduzir o ritmo de compra de títulos no mercado, para evitar um excesso de liquidez que antecipe uma pressão inflacionária.

Dados apresentados pelo gestor mostraram que a atuação do Fed prevista para os próximos meses deve corresponder a uma injeção mensal de liquidez nos mercados de aproximadamente US$ 120 bilhões.

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“Trilhões em estímulos estão no sistema, é muita coisa, e acredito que o Fed precisa reduzir a liquidez, pois excessos estão sendo criados”, afirmou Rieder, acrescentando ser cada vez mais comum receber de investidores questionamentos a respeito de um risco de superaquecimento da atividade como resultado dos estímulos.

O dinheiro colocado na economia pelos governos não tem afetado apenas ativos reais, como as commodities, mas também os preços dos ativos financeiros nos mercados, assinalou o gestor da BlackRock, que disse que tem carregado papéis indexados à inflação, bem como títulos grau de investimento nas carteiras.

Por outro lado, Rieder destacou também que os ganhos de eficiência devido ao aumento do uso da tecnologia na rotina da sociedade podem contribuir para manter os preços relativamente comportados.

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Em relação às oportunidades nos mercados emergentes, além de destacar o crescimento chinês, o gestor disse ter ficado mais otimista nas últimas semanas com as oportunidades no mercado brasileiro, frente ao retorno oferecido pelos ativos da região, assim como por uma percepção de evolução do quadro fiscal do país.

“Estamos mais animados com o Brasil, pelo menos no curto prazo”, afirmou Rieder, que citou ainda na região o México entre os mercados que mais despertam o interesse da BlackRock neste momento.

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