KPTL encerra fundos cripto após queda dos bancos Signature e Silvergate

É o segundo caso no ano de uma gestora brasileira que sai do mercado cripto citando insegurança no setor

Lucas Gabriel Marins

Renato Ramalho, CEO da KPTL (Divulgação)

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A gestora de venture capital KPTL anunciou na segunda-feira (10) que fechou sua vertical de criptomoedas. A decisão foi tomada, segundo a empresa, para proteger o investimento e a liquidez dos investidores em meio à crise bancária nos Estados Unidos, que culminou com o fechamento de bancos como o Signature e o Silvergate Bank no mês passado.

Os produtos encerrados foram o Bohr Arbitrage Crypto Fund L.P, um fundo de arbitragem dedicado a operar derivativos em criptoativos através de uma estrutura offshore, que teve 73% de retorno em 34 meses; o Appia Long/Short Fund L.P, versão mais arrojada do Bohr, com foco em variação do preço futuro de criptomoedas; e o Lupa Web3 Fund L.P, focado em investimentos em tokens não fungíveis (NFTs), aplicações descentralizadas (DeFi), games e metaversos.

A KPTL começou a apostar em criptos em 2020, quando lançou o Bohr, fundo que acumulou 73% de retorno em 34 meses. Juntos, os fundos da casa captaram R$ 55 milhões até o final de 2021.

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“A prioridade foi proteger o investimento e a liquidez dos investidores. Apesar de tudo, tivemos ótimos resultados nessa vertical, mas a operação poderia se tornar mais arriscada. Por isso tomamos a decisão proativa de encerrar os fundos e não foi fácil, até porque neste mês o Bohr entregaria 4% de rentabilidade”, disse CEO da KPTL, Renato Ramalho.

A quebra do Signature e o Silvergate Bank foi um baque para o setor porque as duas instituições serviam de ponte entre dólares e ativos digitais por meio de parcerias com corretoras cripto norte-americanas.

A KPTL informou que as posições adquiridas pelos investidores serão devolvidas 100%. Disse também que garante a liquidez de seus fundos.

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Esse é o segundo caso no ano de uma gestora brasileira saindo do mercado cripto por causa da instabilidade do setor. Em janeiro, a Giant Steps encerrou seus fundos com exposição a ativos digitais — Giant Satoshi II Master, Giant Satoshi Cripto Advisory e Giant Satoshi Cripto — por causa da falência da exchange FTX.

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“Os acontecimentos recentes envolvendo a FTX revelam uma enorme insegurança institucional que ainda permeia o ecossistema de criptomoedas como um todo, com desdobramentos ainda desconhecidos”, disse a gestora em carta enviada aos investidores.

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A FTX, que um dia ocupou o posto de maior corretora cripto do mercado, entrou com pedido de falência em novembro do ano passado em meio a denúncias de fraude e má gestão de recursos dos investidores.