Juros embutem “prêmio Lula” e títulos de inflação estão “insanos”, diz Stuhlberger

Executivo da Verde destacou que as falas recentes do presidente ajudaram a elevar o prêmio na curva futura

Bruna Furlani

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Enquanto o mercado espera nesta quarta-feira (20) por uma possível mudança no teor do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que deverá reduzir a Selic para 10,75% ao ano, o renomado gestor Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset Management, se volta para uma questão que considera mais importante: a curva de juros.

O profissional disse que há uma expectativa implícita dos agentes de juro a 9,80% no ano que vem, com um BC já indicado pelo PT, após o fim do mandato do atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto. Nos cálculos da casa, porém, a estimativa deveria estar em 9,00%.

“9,80% é um belo de um prêmio. Tem um pouco de prêmio do Fomc sinalizar que vai ter dois cortes e não três. Mas eu diria, sem medo de errar que parte desse prêmio, é por conta da fala recente do presidente Lula”, destacou o gestor durante evento organizado pela Hedge Investments nesta quarta-feira, em São Paulo.

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Nas últimas semanas, o mandatário do País fez duras críticas à distribuição de dividendos extraordinários pela Petrobras (PETR3) (PETR4) e tentou embaralhar o processo de sucessão na Vale (VALE3).

Ainda no quesito juros, o gestor também vê uma “oportunidade imensa” para alocação em títulos de inflação, com destaque para a NTN-B 2035, Tesouro IPCA 2035, que está oferecendo um juro real de 5,80%, o que seria “insano”.

Na visão do gestor, o Copom também não deverá apresentar surpresas, mantendo o foward guidance (prescrição futura) dos comunicados anteriores, ou seja, a sinalização de que irá manter cortes de mesma magnitude (0,5 ponto percentual) nas próximas reuniões.

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“Particularmente, nessa conjuntura, os dois cortes [de 0,50 ponto cada] são importantes. Politicamente, para o governo, o BC sinalizar que, pelo menos, vai a 9,75% já é uma vitória”, destacou o executivo,

No entanto, Stuhlberger concorda com a avaliação do mercado de que é possível que o BC apresente uma comunicação mais conservadora. Segundo ele, as projeções de inflação para este ano estão “tranquilas”, na faixa de 3,50%, enquanto as estimativas para o ano que vem variam entre 3,50% e 4,30%, o que o gestor avalia como um “bom número”.