Juro real brasileiro só perde para o da Rússia após elevação da Selic para 11,75%

Descontada a inflação o juro real brasileiro está no patamar de 7,10%, acima de Colômbia, Chile e México

Katherine Rivas

Ilustração sobre juros (Shutterstock)

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O juro real brasileiro só perde para o da Rússia, aponta um levantamento feito pela Infinity Asset, considerando as taxas de juros e inflação em 40 países.

O movimento ocorre após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevar, na quarta-feira (16), a taxa básica de juros para 11,75% ao ano, uma alta de 1 ponto percentual.

O levantamento usou como base a inflação projetada para os próximos 12 meses, de 5,69%, segundo o último relatório Focus, e a taxa de juros DI a mercado dos próximos 12 meses no vencimento mais líquido, de março 2023.

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Considerando a taxa de juros atual e descontada a inflação, o juro real brasileiro ficou no patamar de 7,10%, pelos cálculos da Infinity. Com isso, o Brasil ocupa a segunda posição do ranking mundial de juros reais, ficando atrás apenas da Rússia, que experimenta forte alta das taxas em meio às tensões da guerra com a Ucrânia, com um juro real de 30,07%.

Entre os cinco maiores juros reais do mundo, após o Brasil, se encontram Colômbia, Chile e México com um juro real de 3,65%, 3,64% e 2,62%, respectivamente.

Integram ainda a lista dos dez maiores juros Turquia (1,44%), Hungria (1,22%), Indonésia (1%), África do Sul (0,46%) e China (-0,01%).

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No ranking de 40 países, é possível observar também que as nações com menor juro real são Argentina (-15,20%), Bélgica (-5,48%) e Itália (-5,35%).

O levantamento destaca a pressão da inflação global, em função de contínuos choques de oferta ao atacado e aceleração de demanda, somados ao movimento de reabertura econômica em diversos países que também acabou convertendo a maioria das taxas para o terreno negativo.

“O movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação, em especial devido à guerra, aos recentes choques de oferta e perspectiva de alta nas commodities, com diversas altas de juros”, cita a Infinity Asset em documento.

De 167 países monitorados, 19% optaram por elevar os juros, enquanto 77% mantiveram as taxas e 3,59% reduziram os juros.

Já olhando para o ranking, com 40 países, 27,50% elevaram as taxas, enquanto 70% mantiveram os juros e apenas 2,50% cortaram.

Nos juros nominais, Brasil é o quarto

Olhando apenas para as taxas de juros nominais, sem o desconto da inflação dos próximos 12 meses, o Brasil ocupa a quarta posição, com a Selic em 11,75% ao ano, atrás apenas da Argentina, Rússia e Turquia.

A Argentina lidera o ranking com juros de 42,50% ao ano, seguida pela Rússia, com juros em 20% e Turquia, com a taxa de juros em 14%.

Entre os dez países com a maior taxa de juros se encontram também México (6%), Chile (5,50%), Índia (5,40%), República Checa (4,50%), China (4,35%) e África do Sul (4%).

A Suíça e Dinamarca têm a menor taxa de juros nominais do mundo, de -0,75% e -0,60%, respectivamente, seguidas pelo Japão (-0,10%).

Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.