Crise será mais severa que a de 2008 no curto prazo, mas velocidade da retomada e bancos farão a diferença

Gabriela Santos, estrategista para mercados globais da gestora, participou de live do InfoMoney e apontou onde estão oportunidades e riscos no momento

Beatriz Cutait

SÃO PAULO – A atual crise imposta pela epidemia do coronavírus na economia será mais severa que a recessão enfrentada em 2008 a curto prazo, mas tem a seu favor duas questões importantes: o tempo de retomada e a posição do setor financeiro.

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Crise será mais severa que recessão de 2008 no curto prazo, mas tempo de retomada e bancos farão a diferença

A afirmação partiu de Gabriela Santos, estrategista para mercados globais do J.P. Morgan Asset Management, que participou nesta quinta-feira (16) de uma live do InfoMoney.

Segundo a estrategista, a recessão atual vai durar até o lançamento de uma vacina contra o coronavírus, esperada para no máximo um ano, quando então poderá ter início um processo de recuperação econômica. “A recessão de 2008 demorou dois anos até tudo passar. Isso é ‘só’ um choque de saúde. Resolvendo isso, a gente volta”, afirmou.

A situação dos bancos também é mais benéfica para a crise atual, com a possibilidade de o setor financeiro ajudar na recuperação, em vez de agravar o quadro.

Recessão profunda

Após uma entrevista dada em março ao InfoMoney quando inicialmente disse que esperava uma recessão global “branda” por conta do coronavírus, Gabriela ressaltou na live que, com as mudanças vistas ao longo das últimas semanas, a perspectiva mudou para uma recessão profunda em 2020. E tudo leva a crer que a recuperação será lenta e gradual.

“Toda informação que temos da questão de saúde nos leva a acreditar que pode terminar a quarentena, mas não termina a história ainda. É o começo desse novo capítulo, da reabertura das economias, e vai ser um capítulo longo, difícil”, afirmou. “Até termos a vacina, que vai demorar uns 12 meses, a recuperação vai ser bem devagar.”

Tanto que a gestora espera uma recuperação em um formato de “U”, não mais de “V” – na qual a retomada é tão rápida quanto a queda era a trajetória mais esperada no início –, a partir de 2021.

Uma das grandes preocupações no momento recai sobre o setor de serviços, mas a estrategista mencionou como pontos positivos as respostas das autoridades monetárias à crise. “Ajudou a dar um conforto de que essa recessão profunda não vai virar uma depressão”, pontuou.

Alocação

Por ora, a recomendação da gestora do J. P. Morgan é focar em menos riscos na carteira, com preferência por empresas de qualidade, com viés mais defensivo, como de saúde, de tecnologia (com foco em serviços) e de consumo básico. E, segundo Gabriela, vale mais a pena hoje tomar risco em ações que em crédito.

Sem enxergar apetite dos estrangeiros pelos mercados emergentes, a estrategista ainda ressalta as diferenças dentro do grupo. Entre os países de mais qualidade e mais bem preparados para enfrentar a crise estão os da Ásia emergente, do Chile e do Peru. Na direção oposta, com maior risco associado, está o Brasil.

Em termos regionais, a aposta prevalece sobre países tidos como mais defensivos no atual contexto, como Estados Unidos e da Ásia – como China, Coreia e Taiwan.

Confira a entrevista completa no player acima ou em nosso canal do YouTube.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.