Itaú, Latam e Coca-Cola: as empresas que mais pressionaram a taxa de vacância dos escritórios em SP em 2020

Extensão da pandemia leva taxa de vacância a 18,2% no setor de escritórios da capital paulista, segundo dados da SiiLA

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – A extensão das medidas de isolamento social e a falta de perspectiva por uma normalização das atividades levaram muitas empresas a repensarem seus modelos de negócios e o ambiente de trabalho em 2020, com impacto direto sobre o mercado de locação de escritórios.

Itaú Unibanco, Latam, GetNet, Oracle e Coca-Cola estão entre as companhias que se renderam ao home office e devolveram espaços no último ano.

De acordo com dados da consultoria SiiLA, o saldo entre novas locações e devoluções de escritórios, considerando imóveis “A+”, “A” (alto padrão) e “B” de São Paulo, ficou negativo em 70,3 mil metros quadrados no quarto trimestre de 2020.

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No acumulado do ano, a absorção líquida (entradas menos devoluções) também ficou no vermelho, em 119 mil metros quadrados.

Este foi o primeiro resultado anual negativo para o setor pelo menos desde 2016, quando a SiiLA iniciou o levantamento. Em 2019, as novas locações haviam superado as devoluções em 259,9 mil metros quadrados.

A taxa de vacância no segmento ficou em 18,2% no último ano, acima da registrada em 2019, de 14,6%, mas abaixo dos 18,51% de 2018. E, na avaliação de Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA Brasil, esse comportamento deve se manter nos próximos trimestres.

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“Esse tempo todo de pandemia acabou permitindo que as empresas pudessem entender melhor como seria possível reduzir custos. Para algumas, a escolha nesse momento foi pela devolução de espaços alugados”, afirmou Nicastro, em nota à imprensa.

Além da adoção do trabalho remoto, a consultoria destaca a redução de área de escritório para cortar custos, como o fechamento de empresas devido à crise provocada pela pandemia.

No quarto trimestre, a saída mais expressiva no mercado foi a da Latam, que entregou as chaves dos últimos 5,6 mil m² que ainda locava no Espaço Empresarial Nações Unidas, na região do Itaim Bibi, na capital paulista.

A Oracle, por sua vez, devolveu 4,2 mil m² no edifício Morumbi Corporate, na zona sul da cidade.

As demais devoluções do trimestre foram todas abaixo de 4 mil m², segundo a SiiLA, em especial de empresas que ocupavam entre quatro e cinco andares e optaram por reduzir o espaço, devolvendo parte deles.

O Itaú Unibanco devolveu 3,8 mil m² no Faria Lima Financial Center, no Itaim, a GetNet saiu de 2,7 mil m² do mais novo edifício na Faria Lima, o Birmann 12, e a Prodam (empresa estadual de processamento de dados), do Centro Empresarial Água Branca (3,6 mil m²), no último trimestre de 2020.

Já a Coca-Cola deixou 3,5 mil m² no GT Plaza, na região de Santo Amaro, e, até segunda ordem, só manterá um andar no EZ Towers, na Chácara Santo Antônio, além de escritórios dentro de suas áreas industriais, afirma a SiiLA.