Israel bloqueia 100 contas na Binance por suspeita de elo com Hamas

Tether, emissora de uma criptomoeda indexada ao dólar, também congelou movimentações em contas contendo mais de US$ 800 mil ligadas ao terrorismo

Equipe InfoMoney

(Bloomberg)

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Mais de 100 contas na Binance, maior exchange de criptomoedas do mundo, foram bloqueadas a pedido das autoridades israelenses na tentativa de frear o financiamento do Hamas, informou o Financial Times nesta terça-feira (17).

O número leva em conta suspensões solicitadas desde o início dos ataques do grupo extremista, em 7 de outubro.

Segundo a reportagem do FT, que citou pessoas familiarizadas com o assunto, o governo de Israel também solicitou informações sobre outras 200 contas de criptomoedas, a maioria na Binance.

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A polícia israelense disse na semana passada que havia congelado contas de criptomoedas usadas para solicitar doações para o Hamas nas redes sociais.

O trabalho de identificação das contas ligadas ao Hamas, diz a Binance, conta com a cooperação da empresa. Ao Financial Times, afirmou que “bloqueou” um “pequeno número” de contas na plataforma, mas não detalhou a quantidade exata.

Ainda de acordo com o FT, um funcionário da Binance de nome não revelado afirmou que a empresa está buscando identificar “todos os clientes da Binance que tiveram contato” com cada endereço de carteira de criptomoedas que o Hamas divulga pedindo doações.

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As criptomoedas operam majoritariamente fora do sistema financeiro tradicional e os endereços das carteiras são pseudônimos, o que torna difícil rastrear quem está por trás das transações.

Em fevereiro, um levantamento da empresa de análise de blockchain norte-americana TRM Labs afirmou que a stablecoin Tether (USDT) era a “moeda de escolha” para o financiamento do terrorismo.

A Tether alega que está colaborando com a Agência Nacional de Combate ao Financiamento do Terrorismo de Israel (NBCTF, na sigla em inglês) “para combater o terrorismo e a guerra financiados por criptomoedas”.

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Na segunda-feira (16), a empresa disse ter congelado operações de 32 endereços de carteiras de criptoativos que continham mais de US$ 873 mil, alegando que estavam ligadas ao “terrorismo e às guerras” em Israel e na Ucrânia.

Os ativos digitais têm sido amplamente utilizados pela Ucrânia desde a invasão pela Rússia no ano passado, com Kiev arrecadando mais de US$ 100 milhões em criptomoedas após apelos por doações.

Grupos pró-russos também têm usado criptomoedas para financiamento no leste da Ucrânia, conforme relatado pela empresa de pesquisa em blockchain, Chainalysis, no ano passado.

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No Brasil, conforme revelado em reportagem do InfoMoney em junho, a Tether é utilizada por contrabandistas para realizar remessas ilegais de dólares para o exterior – prática comum entre lojistas da região da Rua 25 de Março, em São Paulo.

(Com Financial Times e Reuters)