IP Capital tem reduzido exposição ao varejo e eliminado negócios expostos a turismo na crise

Em carta enviada a cotistas, gestora conta que está aproveitando queda de preços para ir às compras de ações de empresas que admira

Beatriz Cutait

SÃO PAULO – Em carta enviada a cotistas para abordar o desempenho dos fundos de ações no primeiro trimestre, a IP Capital Partners disse ter feito alguns ajustes nas carteiras para atender a três critérios de empresas. São eles sobreviver, dado o profundo impacto econômico esperado; adaptar a operação rapidamente a uma nova realidade; e ganhar força perante os competidores, em particular pela aceleração de tendências já existentes.

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“Acreditamos que o momento atual favoreça ainda mais os negócios que preferimos e nos quais investimos. São empresas sólidas, com dominância competitiva, posição financeira folgada e ventos seculares nas costas”, afirmou a gestora.

A IP tem procurado eliminar da carteira desde o fim de janeiro negócios expostos a turismo e reduzindo a exposição ao varejo. “Os portfólios já estavam posicionados em negócios capazes de suportar choques fortes e tirar proveito deles. Além disso, carregamos proteções (dólar, ouro e put spreads no S&P) que, além de amortecerem o impacto, nos deram fôlego para aumentar a exposição à medida que novas oportunidades surgiram.”

No primeiro trimestre de 2020, as cotas do IP-Participações e do IP-Value Hedge tiveram quedas de 13,9% e 10,7%, respectivamente, ante uma desvalorização da ordem de 37% do Ibovespa e de 20% do S&P 500 (nesse último caso, em dólares, incluindo o reinvestimento de dividendos).

Desde meados de 2019, a gestora conta ter vendido gradualmente investimentos em algumas empresas brasileiras por negociarem a preços muito elevados. Dessa forma, ao fim de fevereiro de 2020, apenas 23% da carteira do IP-Participações e 5% da carteira do IP-Value Hedge estavam em negócios no Brasil.

“Com a queda, diversos negócios que admiramos começaram a ser oferecidos novamente a preços atraentes, mesmo considerando o impacto relevante da crise atual. Estamos aproveitando a oportunidade para comprá-los.”

Fundada em 1988, a gestora destacou ainda que essa não é a primeira e não será a última crise pela qual passa, e disse que o evento apresenta diversas oportunidades. “Combinando cautela, seletividade e disciplina, será mais um período de volatilidade que deve potencializar os resultados de longo prazo.”

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.