“Investidores parecem estar superestimando o que vai acontecer no mercado daqui para frente”, diz estrategista do Morgan Stanley

Excesso de otimismo e concentração de portfólios foram temas de debate com Franklin Templeton e BlackRock

Mariana Zonta d'Ávila

(Guvendemir/Getty Images)

SÃO PAULO – O ambiente de incertezas e maior turbulência nos mercados financeiros globais por conta da pandemia de coronavírus não tem tirado o otimismo do novo investidor de varejo, que tem puxado a valorização dos ativos de renda variável. Ao mesmo tempo, portfólios extremamente concentrados têm sido responsáveis por elevar a volatilidade dos ativos.

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A avaliação é de Ewa Turek Semmelroth, estrategista do Morgan Stanley, e Berkeley Revenaugh, gestora da Franklin Templeton, que participaram de evento online da TAG Investimentos nesta quinta-feira (27).

“A forma como o mercado tem se comportado desde abril é parecida com uma bolha”, disse Ewa. E completou: “Os investidores parecem estar superestimando o que vai acontecer no mercado daqui para frente, o que tem implicado uma sobrevalorização de alguns ativos”.

Um estudo de investidores globais feito pela gestora de recursos Schroders entre 30 de abril e 15 de junho mostrou que, apesar do cenário de crise, as pessoas estão muito otimistas com relação aos retornos de seus investimentos.

De acordo com o levantamento, elaborado com mais de 23 mil investidores ao redor do mundo, quando questionados sobre o retorno anual médio do patrimônio esperado para os próximos cinco anos, a média das respostas foi de 10,9%.

“Esse retorno improvável é 1,02% mais alto que o esperado dois anos atrás e representa um pequeno aumento de 0,2% com relação ao último ano”, disse a Schroders, em relatório.

O Brasil, inclusive, é o sétimo país mais otimista do mundo, segundo a pesquisa, com uma estimativa de retorno anual médio das carteiras de 13,33%.

Em um cenário mundial ainda muito instável e difícil de prever, Ewa destacou que os investidores precisam prestar atenção em valorizações extremas ao fazer suas alocações.

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Na avaliação de Berkeley, da Franklin Templeton, o motivo da grande volatilidade nos mercados de forma geral está associado às posições ainda muito concentradas dos investidores, com falta de diversificação entre classes de ativos e produtos nos portfólios.

Cindy Shimoide, vice-presidente para América Latina e Ibéria da BlackRock, que também participou do painel, chamou atenção para um sentimento falso de segurança com relação ao rumo dos mercados. “Assim como na crise de 2008, acredito que o sistema [financeiro] vai mudar após a Covid-19”.

Dito isso, é importante que o investidor revisite suas estratégias para ver o que pode – ou não – funcionar no regime econômico daqui para frente, avalia.

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